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20 de Janeiro de 2021, novo dia para os EUA: Biden entra em cena

A tomada de posse, esta quarta-feira, de Biden e Harris acontece com o sentimento de mudança no rumo do país e sob fortes medidas de segurança. A ideia da nova administração americana é refazer os estragos, internos e externos, causados pelos quatro anos do “furacão” Donald Trump.

O 20 de Janeiro, este ano, fica marcado pela posse de Joe Biben, como presidente, e a Kamala Harris, como a vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA).

As eleições presidenciais nesse país, realizadas a 3 Novembro, foram a 59.ª disputa do género da história daquele país, que pôs frente a frente o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, candidato à sua própria sucessão.

Estas eleições entraram para a história norte-americana, registando a maior participação popular desde 1900. A dupla Biden-Harris atingiu a maior quantidade de votos na história do país, superando os 81 milhões de eleitores. Já Trump, com 74 milhões, e apesar da derrota nas urnas, tornou-se o segundo presidenciável mais votado da história.

Igualmente histórica foi a eleição da senadora Kamala Harris, que se tornou a primeira mulher a ser eleita vice-presidente do país. Além disso, foi a primeira vez também, desde 1992, que um presidente não foi reeleito.

Em suma, por inúmeras razões, sobretudo tendo em vista a agitação permanente causada pelo atípico e anti-sistema Donald Trump, os EUA chegam a esta fase da sua vida numa altura particular. O país mostra-se claramente fracturado, entre a chamada América profunda, tida por ultra conservadora, retrógrada e isolacionista, e a América moderna, dos valores liberais, centrada nos grandes centros urbanos e aberta ao mundo.

Alerta máxima

A tomada de posse de Joe Biden e de Kamala Harris representa um desafio para as forças de segurança e para os serviços secretos norte-americanos, que viram soar os seus alarmes após a invasão ao Capitólio de apoiantes de Trump, em Washington. Mais do que uma festa, a posse deverá ser marcada por um aparato militar e securitário jamais visto nos EUA.

A cerimónia desta quarta-feira contará a presença de cerca de 25 mil efectivos da Guarda Nacional, a que se somam os agentes do FBI e dos serviços secretos. Foram destacados para garantirem a segurança na tomada de posse.

Este forte aparato justifica-se pelo protocolo seguido nesta categoria de cerimónias, aliado ao receio de novos ataques pelos apoiantes de Donald Trump, que ainda se recusam a aceitar os resultados do escrutínio eleitoral ao qual classificam de “fraudulento”.

Trump anunciou, na passada sexta-feira no Twitter, que não vai marcar presença na tomada de posse de Joe Biden como novo presidente dos EUA. No entanto, Mike Pence já fez saber que comparecerá ao seu último evento como vice-presidente. Também irão comparecer os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama, mais as respectivas esposas.

Desafios pós-Trump

A vitória de Joe Biden nas urnas é considerada por muitos norte-americanos e analistas internacionais como o retorno ao “normal” após o mandato turbulento e eivado de polémicas envolvendo Donald Trump. A começar, os atritos da relação tensa entre os jornalistas e o republicano, bem como dois processos de destituição de que foi alvo, as acusações de assédio sexual a uma ex-modelo, na década de 90. Trump terá também de responder a vários casos de fuga ao fisco. Isto sem falar do “impecheament”, pelo Senado, que a acontecer deverá afastá-lo definitivamente da Casa Branca, já que pretende recandidatar-se daqui a quatro anos.

O segundo os analistas, apesar da eleição de Biden representar uma era aparentemente mais conciliadora nas relações internas e externas dos EUA, o novo inquilino da Casa Branca terá desafios importantes na condução do país, e desses destacamos alguns.

A pandemia de covid-19 que já matou cerca de 390 mil pessoas, e com o democrata a prometer, durante a campanha eleitoral, dedicar-lhe toda a atenção logo no primeiro dia do seu mandato, a 20 de Janeiro, bem como a vacinação da população.

A reestruturarão das bases da democracia americana que foram profundamente abaladas durante a violenta tentativa de golpe, após a invasão, a 6 de Janeiro, dos apoiantes de Trump ao Capitólio.

A nível económico a dupla Biden-Harris terá pela frente uma recessão motivada pela pandemia e que exigirá uma resposta robusta da administração. Pelo que terá necessariamente de haver consensos entre a Câmara dos Representantes e o Senado.

A política externa dos EUA surge, igualmente, como um outro importante desafio. Por exemplo, as relações com a China, país com que travam uma guerra comercial, as questões armamentistas nucleares com o Irão e a Coreia do Norte.

Fora isso, a espionagem cibernética envolvendo a Rússia, a aproximação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), assim como as questões ligadas ao clima e ao aquecimento global. Assuntos considerado não prioritários pela administração Trump, que inclusive, abandonou o Acordo de Paris, o documento internacional que rege as medidas de redução de emissão de gases estufa a vigorar desde 2020.

A partir desta quarta-feira, com a retirada de Donald Trump da Casa Branca, é de se esperar os EUA, mas também o mundo, possam, finalmente, suspirar de alívio. Contudo, por muito e muito tempo, o mundo vai continuar a perguntar como foi possível os americanos elegerem um presidente da República como Trump. 

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