Maria Aparecida Ferreira Varela, ou “Aparecida”, como era carinhosamente tratada por todos, é sepultada esta segunda-feira, à tarde, pelas 16h, no cemitério da Várzea. Recorde-se que “Aparecida” faleceu na quinta-feira,14, à noite na Praia, aos 61 anos, vítima de doença prolongada.
Esta cidadã brasileira, que residia em Cabo Verde há 27 anos, destacou-se na área social e educativa. Para os mais novos, e não só, Maria Aparecida ficará eternizada como a “Torresminha” que encantou as crianças.
“Aparecida” chegou a Cabo Verde no início da década de 90, do século passado, adoptando desde logo Cabo Verde como a sua nova casa. Deixa um legado em vários projectos sociais e educativos que desenvolveu em várias instituições por onde passou, num trabalho abnegado sempre dedicado a Cabo Verde.
“Aparecida” trabalhou na administração do Hospital Agostinho Neto, na FICASE, no Tribunal de Contas e já mais tarde tornou-se funcionária da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, onde desempenhou funções na área logística no Centro Cultural Brasil Cabo Verde.
Foi na FICASE que desenvolveu a primeira campanha feita em Cabo Verde voltada para o saneamento, da qual resultou a primeira personagem de animação no país, o “Zé Tchoco”, que teve grande impacto nos hábitos diários da população, relacionados com o saneamento do meio. A partir daí várias outras campanhas surgiram e a educação dos mais novos esteve sempre presente na vida de “Aparecida”, durante todo o seu percurso em Cabo Verde. Esteve inclusive ligada ao primeiro manual de saúde nas escolas.
Durante cinco anos, juntamente com a amiga, a jornalista, escritora e activista social, Marilene Pereira, protagonizou a dupla de palhaços “Pipocas e Torresminha”, dois palhaços que levaram alegria às crianças de todas as ilhas, sempre de uma forma educativa.
Mas, desde 2014 que “Aparecida” vinha padecendo de uma série de AVC´s – Acidente Cerebral Vascular – que nos últimos anos limitaram a sua saúde, pois padecia também de diabetes, acabando por falecer ontem à noite na cidade da Praia, aos 61 anos, vítima de doença prolongada.
Para os amigos, “Aparecida” será sempre lembrada como uma pessoa simpática, alegre, amiga e, sobretudo, uma “pessoa sempre dedicada a Cabo Verde”.