Condicionamentos logísticos, provocados pela Pandemia Global da COVID-19 estão na base dos atrasos para a realização do Recenseamento Eleitoral na Diáspora. A Direção Nacional de Apoio ao Processo Eleitoral – DGAPE – diz-se preocupada.
A directora-geral da instituição, Arlinda Chantre, reconhece que o processo de Recenseamento Eleitoral tem conhecido limitações impostas pela Pandemia, principalmente, a nível de África.
Devido à logística do transporte, alguns técnicos que deviam e devem ser deslocados para países como Angola, Guiné-Bissau e São Tomé e Principe ainda estão à espera de melhor oportunidade.
“Neste momento, França já começou o Recenseamento, bem como o Brasil. Devem dar início ao processo, nos próximos dias, a Itália, a Bélgica, o Luxemburgo e a Alemanha. Para a África, as companhias aéreas diminuíram, consideravelmente, o número de vôos e mesmo as transportadoras aéreas estão a utilizar aviões mais pequenos. Por causa disso, tem sido difícil conseguir lugares para que os nossos técnicos possam movimentar-se. No entanto, já deve seguir para Angola, um técnico, na próxima semana, assim como, para Senegal, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, para este efeito”, revela Arlinda Chantre, à Rádio de Cabo Verde.
Arlinda Chantre afirma, ainda, todavia, que o problema não se esgota no Recenseamento dos Emigrantes.
Com a taxa de abstenção a rondar os 50 por cento – % -, com maior incidência nas Eleições Presidenciais, Chantre teme uma diminuição considerável do número de votantes no estrangeiro.
“O nosso problema não é só no Recenseamento, mas sim, naquilo que vem depois; a participação nas Eleições. Infelizmente, a Diáspora não tem sido participativa neste aspecto, principalmente, se compararmos ao número de inscritos e de votantes. A taxa de abstenção roça os 50% no estrangeiro, sendo que, a participação é muito maior nas Eleições Legislativas, acabando por descer nas Presidenciais”, explica Arlinda Chantre.
As Eleições Legislativas estão marcadas para o dia 18 de Abril próximo e as presidenciais para 17 de Outubro.
Várias entidades políticas – e não só! – do País já manifestaram, publicamente, as suas preocupações em relação ao Recenseamento Eleitoral dos cabo-verdianos no exterior.