Notas do terceiro ano congeladas e aulas do quarto ano suspensas por causa de dívidas com os professores, falta de materiais e condições de ensino e a inexistência de um canal de comunicação entre a instituição e os alunos são alguns dos problemas que estão na origem das acusações.
Os alunos do quarto ano do curso de Ciências da Comunicação, da Universidade Lusófona, em São Vicente, acusam a instituição de falta de comunicação e abandono. Com as notas do terceiro ano congeladas e aulas do quarto ano suspensas, os estudantes dizem-se prejudicados e temem não conseguir concluir o curso a tempo e avançar para o estágio.
De acordo com Ângela Pinto, aluna e porta-voz do grupo de 11 estudantes, que falava esta manhã em conferência de imprensa, a falta de diálogo com a universidade tem afectado a turma, que se encontra sem aulas e sem perspectivas de conclusão do curso.
“Arrancamos o ano somente com quatro disciplinas, quando deveriam ser seis. Logo no início uma das professoras se ausentou e outro nos foi empurrado, de forma estúpida, para leccionar uma cadeira prática, através de aulas online, o que recusamos, pois a escola não oferece as mínimas condições para isso”, explica Ângela Pinto, apontando a falta de internet, computadores e projectores.
Por último, sobraram duas disciplinas lecionadas por um mesmo professor, que também teve de sair porque a escola não honrou os compromissos com ele assumidos.
Pior ainda, diz a aluna, a escola nunca falou com a turma. “A situação só nos foi comunicada porque o professor teve a consideração de falar connosco. A escola até ainda não nos remeteu qualquer satisfação ou aviso e não há uma direção onde expor os nossos problemas. É uma fachada. Há uma administradora, mas esta geralmente não atende o telefone. Quando atende é para nos enrolar, talvez para ganhar tempo de alguma coisa”, denuncia.
Notas
Quanto às notas de terceiro ano, congeladas devido às dívidas com os professores, esta aluna garante que todos os estudantes daquela turma têm as propinas em dia, pelo que não podem estar a pagar por um erro da universidade.
Por outro lado, não obstante as notas congeladas, segundo diz, a universidade tem vindo a fornecer uma declaração de notas “totalmente falsa” (nota administrativa), atribuindo 16 valores a todos os alunos.
Os estudantes pretendem levar o problema à Entidade Reguladora do Ensino Superior e dizem que a universidade deve fechar as portas pois não reúne condições para operar. Isto, não sem antes arranjar uma solução para os estudantes matriculados, ainda que seja em outra instituição de ensino.
No final da conferência de imprensa, em frente à referida instituição de ensino, os jornalistas tentaram ouvir a administradora da escola. Entretanto, foi-nos informado que ela já havia agendado, para mais tarde, uma entrevista com um jornalista da praça, não estando disponível no momento.