Chama-se Gilson Pereira, é cidadão de Cabo Verde, e diz ter sido agredido por inspectores do SEF – Serviço de Emigração e Fronteiras -, no Aeroporto de Lisboa, em Portugal.
Gilson reporta que os policiais agrediram-no e obrigaram-lhe a entrar, à força, num avião, de volta a Cabo Verde.
“Eles amarraram-me os pés, meteram-me em cima da cadeira de rodas, caí no chão e, depois, meteram-me o joelho no pescoço. Nenhum cão merece o que eles fizeram comigo”, denuncia.
O caso de Gilson assemelha-se, em tudo, com uma a outra denúncia, já contada na edição “Expresso”.
O seu advogado, também em declarações ao mesmo jornal luso, sustenta que o inspector que “lhe terá colocado o joelho no pescoço”, o fez temer pela vida, já que foi vítimia de várias sevícias, que o deixaram, momentaneamente, sem conseguir respirar.
Gilson terá ligado ao seu advogado, depois dos maus-tratos sofridos, pedindo-lhe para requerer as imagens de vídeo, já que temia que lhe tirassem a vida.
A denúncia de Gilson veio à ribalta na sequência de novos contornos do “caso da morte, à pancada, do imigrante ucraniano Ihor Homeniuk”, também no Aeroporto de Lisboa, a 12 de Março, supostamente, após dois dias de “tortura”, às mãos de três inspectores do SEF.
Este dossiê já motivou a demissão de mais de uma dezena de altas patentes do SEF, incluindo da sua directora, Cristina Gatões.
Entretanto, o SEF já veio explicar que Gilson foi alvo de decisão judicial, de expulsão de Portugal.
O caso do cabo-verdiano, garante o SEF, já foi reportado à Inspecção-Geral da Administração Interna.