Em 2020, já foram detidos 274 jornalistas, em todo o Mundo, por causa do exercício da profissão, denunciou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) no seu Relatório Anual sobre perseguição aos profissionais da Comunicação Social. China, Turquia, Egipto e Arábia Saudita foram os piores países para se ser jornalista neste ano que quase finda.
O CPJ – citado pelo “Novo Jornal”, baseado em Luanda (Capital de Angola) – avança, na sua página oficial, que este número recorde de jornalistas detidos – o pior de sempre! -, surge, especialmente, devido à cobertura noticiosa de distúrbios civis e a Pandemia da COVID-19.
“É chocante e assustador ver uma cifra recorde de jornalistas encarcerados, durante uma Pandemia Global”, lamenta o director-executivo do CPJ, Joel Simon, citado no documento divulgado pelo próprio Comité.
“Esta vaga de repressão, é uma forma de censura que está a prejudicar o fluxo noticioso e alimentando a Infodemia. Com a COVID-19 assolando as prisões, em todo o Mundo, também está a colocar a vida de jornalistas em risco”, sublinhou.
Pelo menos 274 jornalistas estavam presos a 1 de Dezembro, o maior número desde que o CPJ começou a recolher dados, no início da década de 1990, e o quinto ano consecutivo com, pelo menos, 250 jornalistas detidos, no exercício da profissão.
A China, a Turquia, o Egipto e a Arábia Saudita são os países com o pior registo nesta matéria.
Embora nenhum estivesse atrás das grades nos Estados Unidos da América, no momento do Censo prisional do CPJ, um número sem precedentes de 110 jornalistas foi preso ou acusado em 2020, muitos, enquanto cobriam manifestações contra a violência policial. Pelo menos, 12 ainda enfrentam acusações, de acordo com o “US Press Freedom Tracker”.
A retórica dura do Presidente Donald Trump, ao longo de seu mandato, incluindo a denominação de reportagens críticas de “notícias falsas”, deu cobertura a líderes autoritários para reprimir jornalistas nos seus próprios países.
Globalmente, 34 jornalistas foram presos por “notícias falsas”, em comparação com 31 no ano passado.
O CPJ publicou, recentemente, recomendações para que o próximo Governo de Joe Biden restaure a liderança dos Estados Unidos, em Liberdade de Imprensa, incluindo a priorização da questão em sua Política Externa e a nomeação de um Enviado Presidencial Especial para a Liberdade de Imprensa.