Celina Pereira, 67 anos, fica na memória como “um vulto da Cultura cabo-verdiana e uma das pioneiras da manifestação de interesse pela candidatura da Morna a Património Imaterial da Humanidade”. A garantia é do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente.
O Governo já reagiu à morte da escritora, artista e contadora de estórias, Celina Pereira, ocorrido quinta-feira, 17, em Lisboa – Capital de Portugal -, vítima de doença prolongada.
“Celina Pereira, contadora de estórias e investigadora da tradição oral de Cabo Verde, deixa-nos um manancial de obras e discografia muito ricas e o sonho concretizado da elevação da Morna a Património Imaterial da Humanidade. Era, também, um elo cultural entre Cabo Verde e a sua Diáspora”, enaltece o Executivo, em Nota de pesar.
A Literatura cabo-verdiana ficou mais pobre, a nossa Música ficou mais pobre, a nossa Morna ficou mais pobre, a nossa tradição oral ficou mais pobre, lamenta o Governo do Palácio da Várzea da Companhia.
Na sua página oficial do “Facebook”, o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, também manifestou o seu pesar pela morte daquela que “marcou gerações”.
“O seu legado será preservado e lembrado”, diz Correia e Silva.
Também o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, prestou homenagem à Celina Pereira, que recorda como uma figura incontornável de Cabo Verde.
“Cabo Verde perde, com a morte de Celina Pereira, uma das suas almas antigas, uma das suas estrelas mais brilhantes, uma figura incontornável. Parte a artista, mas também parte uma cabo-verdiana de corpo inteiro, de alma tamanho, de ‘sprito grande’”, lamentou o ministro.
Celina Pereira deixou o mundo dos vivos a 17 de Dezembro, mesmo dia em que também partiu a “Diva dos Pés Descalços”, Cesária Évora, mas de 2011.
SCM lamenta
A Sociedade Cabo-Verdiana de Música – SCM – já veio lamentar o desaparecimento físico de Celina Pereira – um ícone da Cultura cabo-verdiana.
“Cabo Verde fica imensamente mais pobre, musical e culturalmente, pela perda da nossa Grande Senhora da Cultura Cabo-Verdiana, Celina Pereira, que ao longo da sua carreira, enquanto cantora da Música Tradicional, sempre primou pela preservação da memória cultural de Cabo Verde e do Povo cabo-verdiano”, considera a Instituição, em Nota de pesar enviada à Imprensa.
De recordar que, em 2019, a SCM prestou uma homenagem à artista, enquanto membro daquela Sociedade, durante a II Edição da “Gala Noite de Autores”, em jeito de reconhecimento da sua “trajectória, sua entrega e amor pela Música e Cultura cabo-verdiana, que inspirou gerações e continuará a inspirar gerações vindouras”.
Eremarca: “Quis Deus e o destino, que a nossa querida Celina Pereira nos deixasse, precisamente, a 17 de Dezembro, dia em que, há nove anos, deixou-nos, também, a nossa ‘Diva dos Pés Descalços e ‘Rainha da Morna’, Cesária Évora”.
Com nove trabalhos discográficos, Celina Pereira também destaca-se no campo cultural, dada a forma como tem projectado a Cultura cabo-verdiana, tanto no País como na Diáspora, tornando-se uma verdadeira embaixadora além-fronteiras.