O Inspetor Geral do Trabalho (IGT), Anildo Fortes, exortou os trabalhadores a terem maior responsabilidade na avaliação dos riscos a que estão sujeitos, podendo, inclusive, recusar trabalhar se constatarem falhas nas condições de higiene e segurança. O responsável falava ontem, 15, em entrevista à Inforpress.
Apesar de todo o trabalho feito a nível da prevenção e sensibilização no que toca a matéria de higiene e segurança no trabalho, tem acontecido acidentes de trabalho, alguns com vítimas mortais, como é o caso registrado no passado domingo e segunda-feira na Cidade da Praia.
Avaliar os riscos e as condições de segurança antes de começar um dia de trabalho deve ser a prioridade dos trabalhadores, considerou Anildo Fortes, que afirma que nem sempre os mesmos dão importância aos riscos de acidentes pelo excesso de confiança.
“Muitas vezes chegamos em algumas obras e encontramos todos os equipamentos expostos como se fosse uma loja de venda de capacetes ou de botas. Subir andaimes de chinelos, estar nos andaimes ao telemóvel a falar, são muitos os exemplos que muitas vezes o trabalhador negligencia por excesso de confiança de que não vai acontecer nada, mas infelizmente por vezes acontece”, reforçou.
O Inspetor Geral do Trabalho explica que os trabalhadores devem ter em mente os riscos, principalmente nas obras de construção civil, para evitar acidentes de trabalho, como queda de altura, queda de objetos ou desabamentos.
Anildo Fortes indicou ainda que a IGT tem realizado acções de fiscalização com a aplicação de várias coimas à empresas por incumprimentos das normas de higiene e segurança no trabalho, mas ainda assim os casos continua.
Para este responsável, só o trabalho da Inspeção Geral do Trabalho não é suficiente para evitar acidentes, por isso defende também a necessidade de uma melhor articulação e comunicação entre as entidades com responsabilidades no setor da construção, como as Câmaras Municipais, empresas e os próprios trabalhadores.
A propósito dos últimos acidentes de trabalho ocorridos na Cidade Da Praia, Anildo Fortes confirma que os dados de 2019 registaram 238 acidentes, cinco dos quais com vítimas mortais. As estatísticas de 2020 indicam mais 5 acidentes de trabalho mortais, dois dos quais nos últimos 3 dias.
C/ RCV
