Assinala-se hoje o Dia Mundial da Pessoa com Deficiência. Em Cabo Verde há muitas instituições que vêm trabalhando em prol desta causa. A Colmeia é uma delas. Actualmente a instituição, liderada por Isabel Moniz, apoia 404 crianças, adolescentes e jovens na ilha de Santiago, tendo conseguido trazer mais dignidade às pessoas com deficiência, incluindo no interior. Mas os desafios são inúmeros. Qualquer ajuda é bem vinda.
Para que essas pessoas possam ainda ter uma vida mais condigna a presidente da Colmeia reivindica a necessidade do Governo avançar com a melhoria do subsídio por parte do Estado e exige cobertura do INPS em determinadas patologias. “Uma remuneração adequada com o serviço que estamos a fazer aqui”, defendeu recentemente, citada pela RCV.
Isabel Moniz clama ainda por uma sede mais ampla para melhorar as respostas às famílias de pessoas com deficiência intelectual.
Actualmente, a Colmeia apoia 404 crianças, adolescentes e jovens com diferentes tipos de deficiência intelectual nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, acompanhamento psicopedagógico, neurológico, neuropsicológico e psicológico e dessas áreas, apenas a fisioterapia tem a cobertura do INPS, o que, muitas vezes, como afirma dificulta o seguimento e as respostas.
“Quando não há esse tipo de respostas nós estamos a tirar a família um nível de vida e as respostas que são importantes, porque eu posso não precisar de respostas a nível da área curativa, mas eu preciso de resposta a nível de reabilitação e habilitação”, explica Isabel Moniz.
Petição
Para melhorar as respostas às pessoas com transtorno intelectual, a Colmeia criou um movimento que também integra a Comissão Nacional dos Direitos Humanos, em que, como garantiu a presidente da Colmeia, este movimento vai dentro em breve apresentar uma petição ao Parlamento para exigir a cobertura do INPS a determinadas patologias.
“Vamos inclusive trabalhar com a petição, ver junto do Parlamento e Governo essa questão que é importante, não só para as crianças e jovens que nasceram com deficiência, mas para qualquer ser humano que possa estar na condição de deficiência. É importante que haja cobertura do INPS para esses tipos de patologias”, argumenta a presidente.
A associação quer igualmente melhoria e alargamento do espaço actual onde se encontra, além de mais apoio financeiro para a melhorar a capacidade de resposta para com as pessoas com deficiência intelectual. “Se nós estivéssemos em um espaço adequado, permitiria preparar melhor as respostas internas”.
Desafios
Em declarações ao A Nação online, Isabel Moniz, diz que os maiores desafios da associação é manter as respostas internas e serviços de ambulatório que nas localidades e no interior de Santiago, cuja continuidade dependerá dos apoios, assim como uma viatura própria que ajudaria a levar respostas nas localidades.
Sinalização e caracterização do público alvo, orientação e encaminhamento das famílias às estruturas públicas e/ou privadas de saúde, acompanhamento psicológico para pais e familiares, atendimentos de educação especial também fazem parte das prioridades.
A presidente ainda menciona mais dificuldades, como “conseguir ajuda monetária para pagamento de transporte, consultas e exames, entregar cestas básicas às famílias carenciadas da Cidade da Praia e interior de Santiago, participação em ações de sensibilização e atividades dirigidas ao público com deficiência, realização de feiras de saúde no interior de Santiago e realização do projeto de formação direcionada a adolescentes e jovens com deficiência”.
Para tentar solucionar os obstáculos, Isabel Moniz alega que irá continuar a sensibilizar os parceiros para continuar a apoiar a associação e continuar com diálogos com os poderes públicos na busca de novas estratégias para ajudar crianças, adolescentes e jovens com necessidades especiais.
A instituição diz que todas as ajudas são bem vindas. Desde géneros alimentares, de higiene pessoal, passando por fraldas, onde existe muita carência, devido ao facto das fraldas serem caras.