Iniciou hoje no tribunal da Praia o julgamento do Eliseu Sousa, agente da Polícia Nacional, e principal suspeito no caso do homicídio de Hamilton Morais, também ele agente da PN. O julgamento ficou marcado por várias contradições do arguido, tendo em conta o primeiro interrogatório.
Segundo informações avançadas pela RCV, Eliseu Sousa foi ouvido durante aproximadamente duas horas, durante esta manhã, no Tribunal da Praia, por um colectivo de juízes.
O que disse no primeiro interrogatório não teria nada a ver com o que acabou por declarar no julgamento de hoje. Segundo a mesma fonte, num primeiro momento Eliseu Sousa teria sido ouvido sobre efeitos de “stress pos-traumático”, o que poderá ter motivado as contradições.
O suspeito disse não ter tido acompanhamento psicológico antes do primeiro interrogatório, e a defesa avançou que este novo depoimento, depois de ter recebido tratamento psicológico na cadeia, é mais lúcido em relação aos detalhes dos acontecimentos, na noite do dia 29 de outubro de 2019.
Já o segundo arguido do caso, um suposto delinquente que estaria na posse ilegal de arma, alegou ao tribunal que em momento algum estava na posse de algum tipo de arma, contradizendo assim aquilo que o próprio Ministério Público colocou nos autos do processo.
Segundo a RCV, a defesa de Eliseu quer provar ao coletivo de juízes, presidido por Antero Tavares, que o arguido não tinha a intenção de por fim à vida do seu colega de profissão.
É de referir que o agente Hamilton Moraes foi supostamente assassinado pelo colega Elieu Soares na noite de 29 de outubro de 2019, durante uma missão no Bairro de Tira-Chápeu, Praia.
Conforme avança a Inforpress, o julgamento deverá durar três dias, isto é, de 01 a 03 de Dezembro.
Recorde-se que o irmão gémeo da vítima, Ailton Morais, agente prisional na Cadeia Civil de São Martinho, que também vai ser ouvido neste processo, tem sido uma das vozes mais críticas deste assassinato, pois, acredita que Hamilton Morais foi vitimado por uma bala 9.19 milímetros disparada de um revolver semiautomático PPQ-99, pelo suspeito.
C/RCV/Inforpress