Depois do ataque sofrido na quinta-feira,27, o NOSi começa hoje a restabelecer a rede informática do Estado. Os serviços críticos e os órgãos de soberania estão no topo das prioridades.
O Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSi) começa hoje a restabelecer a rede do Estado, depois do ciberataque sofrido na semana passada, que obrigou a uma baixa total na rede pública.
Em entrevista esta manhã à Rádio de Cabo Verde, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do NOSi, Carlos Tavares de Pina, explicou que, dada a natureza do ataque e a velocidade que o malware estava a ser propagado, foi necessária colocar toda a rede offline.
O ataque começou na madrugada de quinta-feira, 26 e bloqueou alguns dos sistemas da rede. “De imediato a nossa equipa começou a actuar para a sua correção, mas, passada meia hora, percebemos que muito dificilmente conseguiríamos combatê-lo mantendo a rede a funcionar”, justificou o PCA do NOSi.
Apesar dos vários mecanismos de proteção, diz Carlos Pina, este tipo de ataque está cada mês mais actualizado e sofisticado.
As evidências recolhidas até o momento, aponta, mostram que o ataque estava a ser preparado há algum tempo, actuando através da infiltração em emails de utilizadores.
O malware já foi contido e equipas já estão no terreno para repor a normalidade, primeiro, nos serviços prioritários.
“As prioridades são os serviços críticos e órgãos da soberania, serviços de administração pública com impacto directo nas empresas”, avança o administrador, salvaguardando que será um trabalho gradual, já que, para além da rede nuclear do NOSI, também foram afectadas redes locais de alguns clientes.
A partir de hoje, instituições de saúde, Casa do Cidadão, notariado, entre outros terão a rede restabelecida.
Carlos Pina deixa um apelo aos utilizadores e cidadãos de modo geral, no sentido de terem atenção antes de abrir qualquer ficheiro suspeito ou email, já que estes podem conter malware.
De recordar que desde quinta-feira, 27, todas as instituições públicas estão com baixa no sistema, na sequência deste ataque contra a rede do Estado.
Segundo comunicado emitido pelo NOSi, no mesmo dia, tratou-se de um ataque de Ransomware. Um software nocivo que bloqueia o acesso ao sistema e cobra um resgate em criptomoedas para que a rede seja restabelecida.