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Política

São Domingos: MpD contra profissionalização de todos os vereadores

 A Bancada do Movimento para a Democracia (MpD) na Assembleia Municipal de São Domingos – no interior de Santiago – é contra a profissionalização de todos os vereadores da Câmara Municipal.

A proposta de profissionalização de todos os sete vereadores na Câmara Municipal de São Domingos foi aprovada, com os votos favoráveis do PAICV – Partido Africano da Independência de Cabo Verde -, na Assembleia Municipal.

Porém, esta decisão foi contestada pelo MpD, que votou contra a proposta.

Admilson Moniz, líder da Bancada “Ventoínha”, explicou à Inforpress, que o posicionamento do seu Partido teve a ver, sobretudo, com as limitações financeiras da Autarquia.

“É inadmissível que, com as limitações financeiras que a Câmara tem, e, não obstante, as muitas chamadas de atenção feitas pelo próprio PAICV, enquanto Partido da Oposição em São Domingos, sobre o elevado gasto com pessoal suportado pela Edilidade, o mesmo, mal tomou posse, agrava a situação dos encargos com o pessoal”, sustenta Moniz.

Segundo o MpD, até ao final do mandato, em 2024, serão gastos perto de 64 mil contos, somente em salários e subsídios dos vereadores, o que limitará a capacidade de investimento da Autarquia, pois, o Fundo de Financiamento Municipal mal chega para as despesas com o pessoal.

“Num contexto difícil, causado pela Pandemia de COVID-19, em que muitos chefes de famílias encontram-se em casa, sem rendimento fixo, à espera de políticas objectivas no que concerne ao papel da Câmara Municipal, a ora empossada, profissionaliza todos os sete vereadores, comprometendo-se a gastar, somente com esses vereadores, até ao final do mandato”, remarca Moniz.

É a primeira vez na História do Município que todos os sete vereadores eleitos trabalham a tempo inteiro.

Medida ousada

O novel presidente da Câmara Municipal de São Domingos, Isaías Varela, diz estar ciente dos gastos que a profissionalização de todos os vereadores possam acarretar, mas defende que a decisão foi tomada com base nas necessidades do Concelho.

“A decisão tem a ver com a estratégia e a prioridade que o próprio presidente decidiu, no âmbito do seu Programa Eleitoral. Para governar, tenho de ter pessoas disponíveis e comprometidas. Portanto, a exigência e o desafio que temos a nível de Município, exige que tenhamos pessoas a tempo inteiro e comprometidas”, justifica o edil.

No entender de Varela,  é uma medida “ousada” e necessária, para dar respostas aos problemas no seu Município.

“O nosso foco está nos resultados e acreditamos que uma gestão centrada nos resultados vai suprir a questão dos custos. Estamos conscientes da situação financeira da Câmara, mas ela precisa de reestruturação e de reorganização para alavancar a Economia Local. Para tanto, temos as pessoas capacitadas e disponíveis para trabalhar”, destaca Isaías Varela.

Além de dirigir o Município, Varela assume, também, as pastas da Economia, da Cooperação, das Comunidades Emigradas e da Protecção Civil.

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