No Dia Internacional do Homem que se assinala hoje, 19, o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) mostra-se preocupado com a cultura machista do homem cabo-verdiano e com outros problemas que afligem os homens no país.
Os homens correspondem a 51% da população cabo-verdiana, que entretanto, segundo o ICIEG, continuam a enfrentar problemas relacionadas com o machismo, criminalidade, abandono escolar, uso de drogas, entre outros problemas.
Nas cadeias do país, 97,1% dos detentos são homens e nas universidades são uma minoria em relação às mulheres. Os homens do país vivem menos oito anos, se comparado com a esperança média de vida das mulheres.
Esses dados preocupam o ICIEG, que considera que não há desenvolvimento se as questões de género não forem assumidas como prioritárias e se não forem combatidas situações que alimentem uma sociedade machista.
“A hora é de chamarmos os homens para uma cultura de tolerância, falarmos dos problemas que afetam os homens cabo-verdianos, tratar da saúde dos homens do país, tratar de repor a igualdade onde o homem está desigual ou em desvantagem a uma mulher, a exemplo das universidades, abandono escolar, comportamentos de risco”, considera Rosana Almeida, presidente do ICIEG.
Segundo Almeida, para uma sociedade igualitária ninguém deve ficar de fora, sendo necessário falar abertamente sobre os problemas que afligem os homens e atacar essas questões. “Resolvendo essas questões estaremos em condições de tratar uma luta comum a ponto de falarmos de masculinidades positivas”.
Trabalhar as desigualdades e os problemas de género, que afetam os homens, também revela-se prioridade do ICIEG, sendo que a mulher não é o centro da instituição.
“A questão de igualdade de género implica todos os géneros, porque o ICIEG não é uma instituição que se preocupa só com mulheres, mas há questões que preocupam o ICIEG e que tem a ver com a classe masculina porque precisamos falar de homens, novas masculinidades”, avança Rosana Almeida.
O Dia Internacional do Homem é celebrado como forma de chamar atenção para as masculinidades positivas e para as questões que muitos homens negligenciam, com destaque para a saúde e a qualidade de vida.
