O mais alto responsável militar australiano admitiu, esta quinta-feira, 19, que havia provas credíveis de que as Forças Especiais “mataram ilegalmente”, pelo menos, 39 civis e não combatentes afegãos e pediu desculpa ao povo do Afeganistão.
“Ao povo do Afeganistão, em nome das Forças de Defesa australiana, peço sinceras e sem reservas desculpas, por qualquer acto ilícito dos soldados australianos”, manifestou o general Angus Campbell – citado por jn.pt -, numa declaração que surge após ter sido conhecida uma investigação sobre este assunto, que se arrastava há anos.
“Algumas patrulhas desrespeitaram a Lei, as regras foram infringidas, as histórias inventadas, as mentiras contadas e os prisioneiros mortos”, acrescentou o chefe do Exército australiano.
Os 25 membros das Forças Especiais acusados de má-conduta em 23 incidentes, deixaram uma “mancha” no seu Regimento, nas Forças Armadas e na Austrália, acrescentou Angus Campbell, recomendando a acusação por crimes de guerra.
“Este registo vergonhoso inclui alegados casos em que novos membros da Patrulha foram forçados a disparar sobre um prisioneiro a fim de levar a cabo o seu primeiro homicídio, numa prática horrível”, observou também o general Campbell.
O militar também anunciou a revogação de algumas medalhas atribuídas a Forças de Operações Especiais, que serviram no Afeganistão, entre 2007 e 2013.
Após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, mais de 26 mil soldados australianos foram enviados para o Afeganistão, para lutar ao lado das Forças norte-americanas e aliadas contra os Talibã, a al-Qaeda e outros grupos extremistas islâmicos.
As tropas de combate australianas deixaram o País em 2013, mas, desde então, uma série de histórias brutais têm surgido sobre a conduta de Unidades das Forças Especiais de Élite.
E desde essa data, os meios de comunicação australianos