Os eleitos municipais do MpD, em São Vicente, acusam o PAICV e a UCID de estarem a preparar um “golpe político” para que possam assumir a presidência da Assembleia Municipal da ilha.
Citado pela RCV, o porta-voz do MpD, Giliardo Nascimento, lembra que nas urnas Lídia Lima, candidata do MpD à presidência da Assembleia Municipal, foi a mais votada.
Tendo em conta que o MpD conseguiu uma maioria relativa, a presidência da Assembleia Municipal será por votação em plenária. Por este motivo, o partido vencedor não garante a eleição de Lídia Lima, quanto mais porque o PAICV e a UCID estão em concertação para dominarem a mesa da Assembleia, segundo denúncia de Giliardo Nascimento.
“Todos sabem que o povo votou maioritariamente na candidata à presidente da Assembleia Municipal do MpD, doutora Lídia Lima. Os resultados assim determinaram. Fica claro por isso, que há uma investida contra a vontade popular de impor um outro presidente da Assembleia Municipal através de um golpe político. A UCID e o PAICV, unidos, pretendem ganhar aquilo que não ganharam nas urnas. A ética e a decência devem ditar limites a golpistas desta estirpe que desacredite os políticos na praça pública”, diz.
Contudo, o MpD submeterá Lídia Lima a votação.
“É esta a escolha dos sanvicentinos. Para além disso, os eleitos municipais do MpD farão aos restantes partidos, e grupo de cidadãos, a proposta da constituição de uma mesa plural, encabeçada pela doutora Lídia Lima e integrada por um vice-presidente e um secretário de mesa dos restantes partidos e grupos de cidadãos concorrentes das eleições de 25 de outubro”, defende Giliardo Nascimento.
Uma proposta de entendimento que, à partida, terá pouca probabilidade de passar, uma vez que Giliardo Nascimento, quando questionado pelos jornalistas, admitiu que não há entendimento com a UCID e sobre negociações com o PAICV não se pronunciou.
Sobre a possível união partidária entre UCID e PAICV para a escolha da presidente da Assembleia, Giliardo Nascimento considera um golpe, embora reconheça que é legal.
Recorde-se que nas eleições autárquicas de 25 de outubro o MpD não conseguiu a maioria absoluta em nenhum dos órgãos municipais. Dos nove vereadores para a Câmara Municipal conseguiu quatro e dos 21 eleitos para a Assembleia Municipal conquistou nove.
C/ RCV
