A autarquia portonovense pretende, neste segundo mandato, apetrechar Porto Novo de infraestruturas culturais, após anos de solicitações. Exemplo disso são uma escola de música, museu de romaria, já em construção, e de uma biblioteca municipal aguardada há 30 anos.
Aníbal Fonseca, presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, avança à Inforpress que sua edilidade está a trabalhar na materialização desses projetos culturais, no sentido de impulsionar a cultura neste município e de atender à demanda da população.
O museu de romaria está em construção há seis anos, e as obras foram paralisadas por motivos de Covid-19. Não há no município nenhuma escola de música, nem tampouco uma Biblioteca Municipal, que vem sendo prometida há 30 anos.
A Biblioteca Municipal é uma das reivindicações culturais mais antigas e que igualmente tem deixado falta à população.
Hábitos de leitura comprometidos
Leonardo Rocha, estudante de 18 anos, diz ter dificuldades em encontrar livros do seu interesse nas salas de leitura em Porto Novo. Sente falta de uma biblioteca melhor apetrechada que lhe permita expandir o conhecimento.
“Há muita dificuldade em encontrar livros interessantes. Uma biblioteca municipal em Porto Novo seria uma valiosíssima ajuda para os estudantes e para a população em geral, já que os meios que temos actualmente disponíveis não correspondem às nossas ambições”, faz saber Leonardo.
Segundo o jovem, o hábito de leitura em Porto Novo é fraco e vê a falta de uma biblioteca municipal como uma das causas.
Como diz, “não adianta sensibilizar as pessoas a lerem se não há acesso a livros”, apesar de reconhecer que os hábitos de leitura dependem do interesse e investimento pessoal.
Natizia Oliveira, também estudante de 17 anos, concorda com o colega ao reconhecer a falta de uma biblioteca como causa de um fraco hábito de leitura em Porto Novo, mas culpa também a falta de interesse de muitos jovens na procura de livros.
“Jovens não olham para a leitura como forma de adquirir conhecimento, mas como algo entediante”.
Para a estudante, faltam políticas públicas de incentivo à leitura no município. “As políticas públicas de promoção da leitura são quase inexistentes. Há que se pensar nas melhores formas de implementar este hábito”, expõe.
Ambições
Leonardo e Natizia pensam numa biblioteca que dá gosto de entrar, bem organizada, com diversidade de livros e que se adapte ao cenário atual. Querem uma biblioteca que se transforme em espaço de debates literários e não só. Ainda, Leonardo, que toca cinco instrumentos musicais, ambiciona também uma escola de música que lhe ajudasse a aprimorar as técnicas.
A autarquia portonovense dá a entender que é dessa vez que o município deverá ter à disposição essas infraestruturas culturais. Pelo menos, em relação à biblioteca municipal, a associação portuguesa Junta’Amor deverá ajudar a Câmara na implementação do projeto.