O anúncio da descoberta de uma vacina contra a COVID-19 com mais de 90 por cento – % – de eficácia experimental está a animar um mundo refém de uma agressiva segunda vaga da Pandemia, mas há ainda uma nuvem de dúvidas no Sector Científico.
O recente anúncio desta vacina traz um mar de dúvidas. Segundo o portal pt.euronews.com, falta, por exemplo, informação sobre a eficácia do medicamento em certos grupos, como os idosos, a duração da protecção e os eventuais efeitos secundários da vacina baptizada como BNT162b2, pela Farmacêutica norte-americana Pfizer e o Laboratório alemão BioNTEch, o Consórcio responsável pela descoberta.
O resultado preliminar do projecto foi anunciado tendo por base análises efectuadas em 94 casos confirmados de COVID-19, entre os mais de 43 mil e 500 participantes no estudo.
Na Fase III do estudo clínico, após análise interina, conduzida em 8 de Novembro, por uma equipa externa e independente de monitorização de dados, a vacina mostrou eficácia contra a COVID-19 entre os participantes, sem vestígios anteriores de infecção pelo SARS-CoV2.
A divisão entre os indivíduos vacinados com e os que receberam um placebo revela uma taxa de eficácia superior a 90% , sete dias após a tomada da segunda dose.
“Isto significa que a protecção é conseguida 28 dias após o início da vacinação, que consiste no agendamento de duas doses. À medida que o estudo continuar, a percentagem de eficácia final pode variar”, garantem a Pfizer e BioNTech, em Comunicado
Diversos cientistas reagiram ao anúncio com alguma cautela e sublinharam a falta de dados e de validação imparcial, normalmente recebida através da publicação em jornais especializados do Sector Médico.
Ainda assim, o professor Andrew Preston, da Universidade de Bath, nos Estados Unidos da América, admite ser esta descoberta “sem dúvida, um grande passo no caminho de regresso da nossa vida ao normal, seja lá o que isso venha a ser”.
“Mas estamos ainda longe de podermos pôr de lado as máscaras”, avisou o especialista em patogenicidade microbiana.
Paul Duprex, director do Centro de Estudo de Vacinas da Universidade de Pittsburgh, também nos Estados Unidos, sublinha que esta descoberta da Pfizer e da BioNTech não significa uma cura para a COVID-19 nem que esta seja a melhor vacina nem a garantia de imunidade durante anos.
Os mercados económicos reagiram, por todo o Mundo, com entusiasmo à descoberta e à possibilidade de um regresso mais rápido das pessoas e das empresas à vida e ao consumo normal.
As empresas responsáveis pela vacina, a Pfizer e a BioNTech, esperam ter informação suficiente para propôr, na terceira semana de Novembro, a vacina à apreciação do regulador norte-americano, a Administração de Alimentação e Medicamentos, a FDA.
Se tudo correr bem com a validação pela FDA, o consórcio espera ter vacinas suficientes para 25 milhões de pessoas até ao final do ano e para mais de 600 milhões de pessoas no próximo ano, tendo por base que cada indivíduo precisa de duas doses e que o medicamento necessita ser conservado a temperaturas de menos de 70 graus Celsius.
A prioridade para receber a vacina serão os profissionais de Saúde e os grupos de risco.