O Movimento “Mulher Inspira Mulher” manifesta-se esta sexta feira, 6, em quase todo o país contra a Violência Baseada no Género e para uma efetiva aplicação da lei da VBG em Cabo Verde.
A morosidade da justiça no seguimento de processos de casos de Violência Baseada no Género, motiva o “Mulher Inspira Mulher” e a sociedade civil a saírem às ruas a pedido de uma aplicação mais efetiva da lei 84/VII/11, em vigor desde 2011.
Na perspetiva de Lúcia Brito, fundadora do movimento, a lei não tem sido aplicada de forma rigorosa nem atempada, colocando em risco a vida humana.
As manifestações, que ocorrem um pouco por todo o país, não reivindicam uma nova lei, mas objetiva “acordar” as autoridades para que sejam mais céleres no seguimento dos casos e das denúncias.
O movimento quer, também, despertar a sociedade para uma participação mais ativa , responsável e civil na luta contra este tipo de violência.
Feminicídio
Este grupo entende que a VBG tem tomado proporções alarmantes no país, resultando muitas das vezes em feminicídio, e é da opinião que às autoridades cabo-verdianas têm sido tolerantes no momento em que se pede “tolerância zero” a esse crime.
“Há que se mudar o cenário porque as coisas não estão bem e as vidas humanas devem ser prioridade. O número de casos de VBG é alarmante, as coisas que não estão bem precisam ser trabalhadas”, entende Lúcia Brito.
A ativista diz querer que a causa seja ouvida pelas autoridades através das manifestações e que os decisores tenham uma “reação imediata” ao desejo da população de ver efetivada a aplicação da Lei no país.
As manifestações acontecem em Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e Santiago, em simultâneo, pelas 16h30, e devem percorrer os respectivos tribunais sob o lema “levante a sua voz contra a VBG e ajude a fazer a diferença”.
O movimento apela à participação de todos para que as manifestações tenham impacto, pressionando as autoridades em relação a temáticas de violência de género.
O “Mulher Inspira Mulher” é um movimento que ambiciona um Cabo Verde melhor, sem descriminalização de género e com gente de mente aberta.