O produto interno bruto (PIB), em volume, sofreu uma contração na ordem dos 32 por cento (%) em termos homólogos no segundo trimestre do ano, devido aos esforços de contenção da propagação do novo coronavírus, revela o Relatório de Política Monetária (RPM) do Banco de Cabo Verde (BCV).
Projecta-se, no entanto, uma evolução do PIB em 5,1% em 2021, num cenário base, e 3,0% num cenário adverso. Já para 2020 a projecção indica uma evolução negativa em -8,1% num cenário base e -10,9% num cenário adverso.
Segundo o documento divulgado esta quarta-feira, a crise “exacerbou”, também, “em larga medida”, as vulnerabilidades externas e orçamentais do país.
A balança corrente registou um défice de 11,4 por cento do PIB no primeiro semestre, o défice e a dívida do Estado (incluindo os Títulos Consolidados de Dívida pública e a dívida contraída pelas autoridades nacionais junto ao Fundo Monetário Internacional) atingiram em Agosto de 2020, respetivamente, 3,5 e 146 por cento do PIB projetado para o ano.
Refletindo, igualmente, os efeitos da pandemia na procura agregada, as pressões inflacionistas moderaram e a inflação média anual fixou-se nos 0,9 por cento em Agosto.
Por seu turno, favorecido por medidas de política monetária prudenciais e orçamentais acomodatícias, o sector monetário manteve-se líquido e o crédito ao sector privado aumentou 1,4 por cento entre Dezembro de 2019 e agosto de 2020.