Eleição, em aberto, resolve-se nos estados do Cinturão da Ferrugem. Quem esperava uma vitória inequívoca de Joe Biden desiludiu-se.
Joe Biden chegou ao dia das Eleições com uma média de sondagens nacionais a apontarem para uma vitória de perto de dez pontos e entre os Democratas esperava-se uma onda azul que varresse, senão o País inteiro, pelo menos alguns estados fulcrais para as suas aspirações.
O caso mais flagrante – conta o portal dn.pt – foi o da Flórida, que vale 29 votos nos 538 do Colégio Eleitoral.
Biden e a candidata a vice Kamala Harris apostaram bastante no Estado do Sudeste (e os democratas em geral, Michael Bloomberg à cabeça, que terá contribuído com cem milhões de dólares), onde levavam uma vantagem na média de sondagens de 0,7 pontos (chegou a ser de 4,5 pontos há menos de um mês).
Mas o candidato Republicano também insistiu nas visitas ao estado e a sua mensagem passou, sobretudo entre os latinos, segundo os analistas: no final de contas, a sua vitória foi reforçada em relação a 2016.
Embora as sondagens não o colocassem na dianteira, Joe Biden e os democratas poderiam, num cenário de “Onda Azul”, conquistar o Ohio (18 votos no Colégio Eleitoral) e o Texas (38) – neste Estado votaram, antecipadamente, 9,7 milhões de pessoas, quando o número total de eleitores em 2016 foi de nove milhões.
Num cenário optimista como este, as vitórias asseguradas na costa oeste e em Nova Iorque dariam uma noite triunfal aos democratas.
Nada disso aconteceu. Joe Biden só consegue conquistar o Minnesota, o Arizona (a confirmar-se) e o segundo Distrito do Nebraska, pelo que tudo se decide nos Estados do Centro-Oeste – aqueles cujos resultados mais vão demorar a ser divulgados.
O cenário mais simples para a vitória do ex-Vice-Presidente passa pelo triunfo no Michigan e no Wisconsin, Estados que deverão dar a conhecer os resultados não oficiais nesta quarta-feira, 4.
Biden, que horas antes dera indicações de que se manteria em silêncio se não houvesse resultados, acabou por se dirigir aos norte-americanos para agradecer a “paciência” dos apoiantes reunidos num “drive-in” no Delaware, e, por extensão, dos restantes cidadãos norte-americanos.
“Não acaba até ao último voto ser contado”, disse Biden.
Sem vitórias suficientes para sustentar, o candidato de 78 anos augurou: “Vamos ganhar esta Eleição.” Sem contar com o Arizona, Biden conta com 224 votos eleitorais e Trump com 213. São necessários 270 votos para a vitória.
Sem surpresas, Donald Trump mostrou opinião contrária no “Twitter”. Prometeu uma “grande vitória” e, voltou a repetir que os Democratas “querem roubar” as Eleições.
Republicanos aguentam Senado
Se na Câmara dos Representantes as sondagens se confirmam, isto é, os Democratas mantêm a maioria conquistada em 2018, no Senado, com 35 dos cemlugares em jogo, as contas estão mais complicadas.
Ao contrário do que sugeriam as sondagens, a maioria dos candidatos Republicanos que estavam em perigo venceram os escrutínios ou mantêm-se à frente numa contagem mais demorada do que o costume.
Os Democratas venceram um lugar no Colorado, mas perderam no Alabama.
No Arizona, Mark Kelly está em boa posição para ganhar à Republicana Martha McSally e na Geórgia um dos dois lugares será escolhido na segunda volta, a ter lugar no dia 5 de Janeiro.