O grupo “Basta de Gabrielas”, constituído por mulheres e homens da Ponta do Sol, em Santo Antão, promove uma homenagem estática neste domingo, 1 de Novembro, a Gabriela Évora, jovem santantonenses assassinada pelo namorado na ilha da Boa Vista, e a todas as mulheres mortas pelos companheiros no país.
Sensibilizados com a dor e revolta do assassinato de Gabriela Évora, um conjunto de jovens da Ponta do Sol criaram o grupo “Basta de Gabrielas” no sentido de promover uma série de ações contra o feminicídio no país, a começar pela organização de um cordão humano para pedir às autoridades mais atenção às questões de feminicídio e Violência Baseada no Género.
O ato de protesto acontece neste domingo, 1 de novembro, na praça de Igreja em Ponta do Sol, Santo Antão, e obedecerá a todas as medidas de combate à Covid-19.Este também será um momento, segundo a organização, de apelar às mulheres a não terem medo de recorrerem à polícia quando se sentirem ameaçadas.
Lei Gabriela
Mas as ações continuam. A ideia é formalizar o movimento, com a realização de mais atividades e exigir a “Lei Gabriela” como forma de endurecer as penas do crime de feminicídio no país e de proteger as mulheres.
O grupo pede que Cabo Verde inteiro se junte à causa por ser um problema não só das mulheres, mas de toda a sociedade, pelo que o engajamento nacional e internacional, segundo a organização, fortalece o movimento.
Gabriela Évora foi assassinada e o corpo queimado alegadamente pelo então namorado, na ilha da Boa Vista, onde residia.
25 queixas de VBG
Inclusive, a presidente do ICIEG, Rosana Almeida esteve na ilha da Boa Vista, para se inteirar da situação da VBG localmente.Apesar de lamentar o assassinato de Gabriela Évora, na Boa Vista, Rosana Almeida, presidente do ICIEG, destaca a diminuição de casos de VBG na ilha.
Até o momento são 25 queixas que deram entrada na polícia nacional da Boa Vista, num ano em que, segundo a entidade, devido à Covid-19, os dados poderiam ser superiores.
No encontro entre Rosana Almeida e a Polícia Nacional na ilha analisou-se a celeridade dos procedimentos das denúncias que dão entrada na PN, a capacitação técnica dos agentes que fazem atendimento das vítimas e o reforço de articulação entre o Centro de Atendimento à Vítima, Polícia Nacional e Ministério Público.