Após dias de campanhas, que alimentaram e promoveram ajuntamentos, aglomerações e concentrações – conscientes ou não! -, a hora – agora! -, é de “rastixa” e de se tirar lições e ilacções
1- Aceleração
“Rastixa”, “rastixa”, “rastixa” o q.b..
É isso mesmo.
A hora é de rastrear, rastrear e rastrear…
Testar, testar e testar.
O máximo possível.
Acelerando.
Aumentando a pedalada.
O ideal mesmo, seria a todas e…a todos – como sói dizer-se nos dias que correm.
Mas…
Isso é só o ideal.
Não o real.
O possível.
De todo o modo, dobrado que foi o 25 de Outubro – qual Cabo das Tormentas, que, depois…veio a ser baptizado de Boa Esperança! -, após dias de campanhas, que alimentaram e promoveram ajuntamentos, aglomerações e concentrações – conscientes ou não! -, a hora – agora! -, é de lançarmos um olhar crítico e real, com os pés bem fincados no chão destas Ilhas Plantadas no Meio do Atlântico, em ordem a se tirar lições e ilacções, de modo a se arrepiar caminho – caso se vier a mostrar necessário e curial! -, nos dois embates eleitorais previstos para 2021.
Por ora, nem as autoridades sanitárias arriscam a fazer o balanço do deve e do haver do período eleitoral – para as Municipais! -, quanto mais projectarem o dia de amanhã.
“Temos de aguardar os próximos dias. Como sabem, tivemos a Campanha Eleitoral, e, com as eleições de ontem (referia-se a domingo, 25), houve comemorações, e vamos ter que, com cautela, aguardar os próximos 14 dias ou mais, para vermos qual será a repercussão de toda essa actividade eleitoral que houve em Cabo Verde”, manifestou o director do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças Prioritárias, Jorge Noel Barreto, segunda-feira, 26, no habitual Encontro com a Imprensa, remarcando que, de 12 a 25 de Outubro, foram realizados sete mil 483 testes de PCR (Reacção em Cadeia da Polimerase), representando uma média de 534 exames/dia.
Nós, na parte que nos toca, chancelamos a proposta de Jorge Barreto.
A hora, agora, é mesmo, de “rastixa” e de marcação cerrada, jogando sempre na antecipação e na prevenção do novo Coronavírus.
“Rastixando” e…“rastixando” sempre.
Para que COVID-19 não tome conta dos cutelos, ribeiras, chãs, léns, atalaias, montes e achadas, fajãs, seladas e várzeas deste nosso Cabo Verde querido.
Que clama e merece o “djunta-mó” e “forcing” de todas e…de todos.
2 – Mãos à palmatória
Depois do leite derramado…
Mas…
Como ensina o sábio e sempre actual adágio popular: “mais vale tarde do que nunca”.
E foi isso que aconteceu, quarta-feira, 28, na Casa da Democracia, aliás, a Assembleia Nacional (Parlamento).
O Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, enquanto presidente do MpD (Movimento para a Democracia), assumiu que, também ele, ficou mal na fotografia, durante as campanhas eleitorais para as Eleições Municipais do dia 25 de Outubro.
Contudo, tenta descolar e demarcar-se dessa “feiúra” – que não consegue! -, brandindo com a bandeira de que, lá onde ele esteve em campanha, sempre usou a máscara facial e que incentivou a manutenção do distanciamento físico-social aos seus correligionários.
Fica o registo.
Para a posteridade.
Certo mesmo – e a sangue-frio! -, é esperar pelos dias vindouros – como recomendam as autoridades sanitárias! -, para se aquilatar dos eventuais danos – ou não! – causados.
Por ilhas e…concelhos.
3- Depois da tempestade…
Chegou a bonança…depois da tempestade.
Aliás, a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais.
Em todos os espaços públicos.
Incluindo na via pública.
Pena que a solução da contenda só foi encontrada num terceiro Palácio – o da Achada de Santo António, vulgo, o da Assembleia Nacional! -, depois do pingue-pongue entre os da Várzea da Companhia e o do Platô.
Este último, veio a terreiro, sexta-feira, 23 – justos sete dias depois de aprovado, por unanimidade dos deputados! -, dar conta de “promulgar o acto normativo da Assembleia Nacional, que determina a utilização obrigatória de máscaras faciais em todos os espaços públicos, incluindo na via pública”.
Driblando o mérito, o que interessa mesmo – aqui e agora! -, é a protecção e o respeito pela saúde dos cabo-verdianos.
Consagrada, aliás, na Lei Magna.
E que não deve ser bulida.
Em nenhuma circunstância.
4- Calamidade: até quando?
Finda a 31 de Outubro, sábado.
No Dia do “Halloween”, aliás, das Bruxas, véspera do de Todos-os-Santos e…ante-véspera do Dia dos Fiéis Defuntos e/ou dos Finados.
Referimo-nos à actual Situação de Calamidade.
Em vigor desde o dia 3 de Setembro.
Nas ilhas de Santiago, Fogo e Sal.
Com restrições de vária ordem.
Como jamais se viu nos (mais de) 45 anos de Cabo Verde independente.
“Até ao dia 31 deste mês decidiremos se mantemos ou renovamos o Estado de Calamidade vigente ou se baixamos para o Estado de Contigência, retirando um conjunto de restrições existentes. Temos que saber conjugar o desconfinamento e o levantamento das restrições, com o reforço da responsabilidade cidadã”, anunciou, quarta-feira, 28, no Parlamento, o Chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva, garantindo que, desde a notificação do primeiro caso de SARS-CoV- 2, em Cabo Verde (na Ilha da Boa Vista), a 19 de Março, “a nossa prioridade foi, e continua a ser, proteger os mais vulneráveis e resolver os problemas mais prementes a nível de Emprego e da Economia”.
É aguardar.
P’ra o pós-31 de Outubro.
P’ra se ver como vai ser “a real realidade” da (con)vivência, (re)invenção e (re)adaptação ao “novo e possível normal”.
Recheado de incertezas.
E que tem de ser…infelizmente, sem aquela costumeira e exclusiva Morabeza Crioula…
5- Contabilidade…
Preocupante.
E triste.
As autoridades – sanitárias e outras! – continuam a tranquilizar – é o dever que lhes assiste! – os cidadãos, inistindo que a situação, ainda, não é alarmante.
Como “a cada cabeça a sua sentença”, não há como fazer a medição.
E não há contabilidade que valha.
Certo mesmo, é que já são (quase) cem mortes.
Dores e sofrimentos mil, incertezas semeadas e vividas, órfãos, viúvas e viúvos por consolar, mães, pais e parentes amargurados.
Mergulhados em incertezas.
Devia-se lembrar e ter-se em conta que, cada vida e…todas as vidas contam.
Não têm preço de reparação.
De todo o modo, fica para a reflexão.
Sem alarmismos.
Passados sete meses e nove dias bem contadinhos, – justamente completados, na quarta-feira, 28 de Outubro -, Cabo Verde contabilizava 751 casos activos; sete mil 701 recuperados; 94 óbitos; e dois transferidos; perfazendo, deste modo, um total de oito mil 548 infectados.
Feitas bem as contas, no período de 21 a 28 de Outubro, houve 515 novos contágios.
Uma semana antes – mais concretamente, a 21 de Outubro -, o País contava mil 106 casos activos; seis mil 835 casos curados; 90 mortos; e dois transferidos; rompendo, assim, a barreira dos oito mil contágios. Mais exactamente: oito mil e 33 infectados/acumulados.
Tem que se travar esta situação.
Preocupante….
P’ra não se dizer outra coisa.
6- Boas-novas…
A semana que finda foi rica em animadores anúncios sobre vacinas.
Contra a COVID-19.
No Reino Unido, a Imprensa fez eco de que, já na semana que vem, os maiores hospitais da Terra de Sua Alteza, a Rainha Isabel II (também chamada de Elizabeth II), receberão a vacina contra o novo Coronavírus.
Aquela da mundialmente renomada Universidade de Oxford e da Farmacêutica AstraZeneca.
Esta vacina foi uma das primeiras a principiar os ensaios clínicos em humanos, que começará por ser administrada, numa primeira fase, a médicos e profissionais de Saúde, que estão na linha da frente no combate ao SARS-CoV-2.
Num outro ponto da Aldeia Global, a Rússia anunciou, terça-feira, 27, que já pediu à OMS (Organização Mundial de Saúde) a aprovação do uso emergencial de uma de suas vacinas desenvolvidas contra a COVID-19: a Sputnik V.
Várias outras vacinas estão em fases avançadas de testes.
Nossos votos: que cheguem ao Mercado, o mais rapidamente possível.
Sejam eles, de países ricos, remediados ou pobres.
Porque…todos os povos merecem e têm direito à prevenção contra a COVID-19.
A ver vamos…
Publicado no semanário A NAÇÃO, edição 687, de 29 de Outubro de 2020