A Escola do Mar (EMAR) vai apostar em cursos profissionais no âmbito da economia azul. A garantia é dada pelo PCA da instituição de ensino, António Fernandes.
Criada em Janeiro deste ano, a EMAR encontra-se actualmente em fase de instalação. A mesma vai ser apetrechada com um navio-escola.
A EMAR é pretendida como uma escola de referência, desenvolvendo um leque enorme de cursos profissionais que podem ser realizados por pessoas com escolaridade obrigatória. Foi criada pelo decreto 2/2020 de 16 de Janeiro e é uma entidade pública empresarial, herdeira de uma longa tradição da nação cabo-verdiana nas artes e ofícios do mar.
“A economia azul é muito mais do que marítimos, motoristas e marinheiros. Pescadores, até o windsurf, actividades de desportos náuticos, natação, mergulho, soldadura debaixo de água. Há um conjunto de actividades que podem ser desenvolvidas no âmbito da economia azul e que exigem uma qualificação, uma certificação nacional e, às vezes uma certificação internacional também. Portanto, a EMAR pretende alcançar esse âmbito de actuação”, diz o PCA da EMAR, António Fernandes, em entrevista à televisão pública.
Com recurso às novas tecnologias, as aulas teóricas dos cursos da EMAR vão ser à distância. Neste sentido, este responsável avança que a EMAR assinou um protocolo com o NOSI, para a criação de uma plataforma de ensino e gestão de aprendizagem, denominada PEGA.
“Na PEGA vamos disponibilizar a formação teórica. Toda a formação teórica vai ser desligada da sala de aula e do tempo de contacto entre o professor e o aluno. Vamos deslocar no tempo e no espaço essa aprendizagem”.
Para além da PEGA, a EMAR vai ter centros de presença para exames supervisionados e actividades presenciais e centros laboratoriais para acesso experimental a simuladores e plataformas de realidade aumentada.
“Vamos introduzir simuladores de barcos de pesca, simuladores de motores, simuladores de grandes paquetes, simuladores de pontes, simuladores de máquinas, simuladores de qualquer actividade marítima, simuladores de lançamento de um salva-vidas ao mar. Esse tipo de simulação em que o cérebro é treinado não na realidade específica, mas numa realidade simulada com física real, é uma das componentes”, acrescenta.
A escola vai ter centros de simulação de acidentes como incêndios e naufrágios e uma outra inovação é o navio-escola.
“A EMAR tem em visão de ter a operar um navio-escola, possivelmente o nome será Ernestina e será um navio do tipo da Ernestina, com a capacidade entre 20 a 25 alunos para transitar os alunos entre esses centros de simulação de acidente, para dar prática aos alunos que fazem a formação de marinheiros ou motoristas, e também para representar a escola e visitar portos amigos e poder alargar a visibilidade da EMAR”.
Todos os cursos a ser ministrados na EMAR vão ser cursos profissionais de nível quatro e também de nível cinco e vão estar disponíveis nos próximos meses. A EMAR vai ter um pólo no município de São Miguel, na ilha de Santiago e em qualquer ponto do país poder-se-á formar na EMAR.
C/RCV