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Economia

Inquérito às empresas: Turismo continua a ser o sector mais afectado pela pandemia

O Turismo continua a ser o sector mais afetado pela pandemia da Covid-19, avança um estudo publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, relativo ao 2ºtrimestre do ano.

Trata-se de um inquérito de âmbito nacional, com periodicidade trimestral e destina-se às empresas representativas dos principais sectores da atividade económica do país, nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boa Vista.

De acordo com os resultados obtidos entre Abril e Maio, cerca de 83% das empresas inquiridas admitiram que houve redução no seu volume de negócios devido à pandemia da Covid-19.

 As restrições no âmbito do Estado de Emergência (respondidas por 75% das empresas) e as dificuldades na entrega/encomendas (72% das respostas) foram apontadas como as principais causas do forte impacto no volume de negócios das empresas inquiridas. Destaque para os sectores do comércio (33,3%) e indústria e energia (21,7%).

Das empresas que tiveram aumento do volume de negócios, cerca de 40% estimaram que esse acréscimo foi inferior a 10%;

As empresas inquiridas atestaram ainda que a pandemia teve impacto na redução no número de pessoal ao serviço. Os sectores do turismo e comércio foram mais uma vez os mais mais afetados.

O lay-off foi fortemente apontado pelas empresas como sendo uma das medidas “muito relevantes” do Governo para mitigar a situação. Três em cada quatro empresas inquiridas tiveram esta apreciação, diz o relatório.

Teletrabalho sem impacto

O sistema de teletrabalho foi pouco utilizado no 2º trimestre. Mais da metade das empresas inquiridas (54%) afirmou que não tiveram pessoas no sistema de teletrabalho.

Das empresas que tiveram, 36% consideram que o teletrabalho não teve nenhum impacto na produtividade e cerca de 28% são de opinião que o teletrabalho diminuiu a produtividade. Porém, apenas quase 6% das empresas inquiridas asseguraram que este sistema aumenta a produtividade;

A adesão à moratória, como medida de apoio às empresas cabo-verdianas, foi pouco expressiva no trimestre em estudo. Um pouco mais de um terço das empresas inquiridas garantiu ter beneficiado de moratórias no cumprimento do serviço da dívida e quase 60% asseguraram que planeiam beneficiar dessa medida do Governo e das instituições financeiras.

Questionas, 81,2% das empresas admitiram que não tiveram necessidade de recorrer ao crédito bancário para pagar salários ou outras obrigações.

Das empresas que tiveram tal necessidade, 31,3% afirmaram ter beneficiado do crédito em condições mais favoráveis comparativamente a pedidos anteriores, avança o INE.

Investimentos

Na sua maioria, cerca de 71,6% das empresas inquiridas, afirmaram não ter nenhum investimento em curso no trimestre em estudo. No entanto, cerca de 25% admitiram ter algum investimento em curso.

Destas, cerca de 30% tencionam reduzir o ritmo dos investimentos devido à pandemia da Covid-19, com realce para os setores do comércio e da indústria e energia;

Cerca de 44% das empresas entrevistadas afirmaram ter projetos de investimentos em carteira. Destas, 34,8% pretendem ajustá-los ou mudá-los, devido à pandemia da Covid-19.

Ainda,  26% das empresas inquiridas estimam que no 3º trimestre o volume de negócios irá manter-se igual ao do trimestre anterior.

A maior parte das empresas, 80,3%, estima que, no 3º trimestre, o número de pessoal ao serviço irá manter-se igual ao do trimestre anterior. Contudo, as empresas dos setores do turismo e das instituições financeiras e de seguros são as que mais acreditam que, no 3º trimestre, o número de pessoal ao serviço irá reduzir, contrariamente à opinião das empresas do setor da construção e atividade imobiliária.

Quando questionados sobre as suas expectativas em relação ao fim desta crise pandémica da Covid-19, quase 34% das empresas inquiridas responderam que é a partir de 2022 e 60,4% acreditam em 2021. Apenas, aproximadamente, 6% são mais optimistas e ainda apontam 2020 para o fim desta crise pandémica.

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