65 candidaturas, no total, concorrem aos 22 municípios do país, sendo 12 independentes. Estas que são as oitavas eleições autárquicas na história do país ficam para já marcadas por uma grande participação de mulheres e de jovens.
Chegou um dos momentos mais aguardados do ano, especialmente por parte da classe política e dos apoiantes partidários, mas também de vários grupos independentes da sociedade civil, que agora se lançam à conquista dos 22 municípios do país.
A campanha arrancou às zero horas desta quinta-feira,8, e vai até às 23h59 minutos do dia 23 de Outubro. O dia 24 está reservado à reflexão, e no dia 25 espera-se um combate à abstenção. O apelo geral de todas as candidaturas é para uma participação em massa e consciente na hora do voto.
No total, 65 candidaturas se perfilham na corrida à liderança dos 22 municípios de Cabo Verde, sendo 12 independentes, representando 18,5%, do universo das candidaturas.
Num cenário inédito na história do processo eleitoral autárquico nacional, pela primeira vez aparecem oito candidatos na corrida à maior Câmara do país. Na Praia quatro partidos e quatro grupos de cidadãos vão certamente agitar as águas durante o período de campanha, todos prometendo as melhores soluções nas suas plataformas eleitorais, para mudar o rumo da capital.
Tarrafal de Santiago, com cinco candidaturas, São Vicente e Santa Catarina de Santiago, cada um com quatro, são os municípios com mais concorrentes.
Mais mulheres nas listas
De destacar que há mais mulheres nas listas, em geral, ao abrigo da Lei da Paridade, que impõe o mínimo de 40% de um dos gêneros em cada lista, quer à Câmara, quer à Assembleia, para muitos, já uma conquista positiva destas autárquicas.
Entre as 65 candidaturas, há apenas uma, em Catarina de Santiago, da UCID, cujas listas são lideradas por duas mulheres: Neida Rompão para a chefia da Câmara Municipal e Adelgisa Monteiro, para a liderança à Assembleia Municipal.
Estas autárquicas 2020 ficam ainda marcadas por uma forte presença de jovens nas listas, em todas as candidaturas, com muitas caras novas.
O maior desafio dos candidatos, apoiantes e simpatizantes, será, contudo, gerir a campanha tendo em conta as restrições impostas pela covid-19. A pandemia veio alterar os procedimentos da prática eleitoral, com muitas restrições, entre elas os comícios. Espera-se por isso uma forte movimentação das candidaturas nas redes sociais, como forma de conquistar o eleitorado.
Código de conduta
As forças envolvidas assinaram, inclusive, esta quarta-feira,7, nas vésperas do arranque da campanha, um Código de Conduta aprovado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), como forma de se evitar a propagação da covid-19.
Também o presidente da Proteção Civil e Bombeiros, Renaldo Rodrigues, alertou as candidaturas para a obrigatoriedade do “rigoroso cumprimento” das medidas de prevenção da covid-19, durante a campanha eleitoral.
Segundo dados da CNE, que dizem respeito a recenseamentos realizados até 1 de Agosto de 2019, existem 318.047 eleitores inscritos em todo o país, sendo 2.359 estrangeiros. Os dados de 2020 ainda não estão disponibilizados na totalidade.
Estas são as oitavas eleições autárquicas no país, sendo que as primeiras realizaram-se em Dezembro de 91.
