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Educação

Surdos preocupados com integração no arranque das aulas com o uso de máscara obrigatório

A Associação de Surdos de Cabo Verde está preocupada com a integração dos alunos com deficiência auditiva, porque o uso de máscara obrigatório vai dificultar compreensão das expressões faciais. 

Segundo Helena Tavares, presidente da Associação de Surdos de Cabo verde, que falava à televisão de Cabo Verde, o uso de máscara vai dificultar a comunicação entre os surdos, mas também com os demais colegas e professores, já que a comunicação é o maior desafio para os alunos surdos, tanto na escola como fora dela.

Para que ninguém se sinta excluído, esta professora propõe a confecção de máscaras faciais adaptadas ao uso no meio escolar, que não anulem a comunicação através de linguagem gestual, associada a expressões faciais e leitura labial.

“A máscara normal, que as outras pessoas utilizam, para os surdos não é adequada, porque não permite ter a acesso à expressão facial”, sublinha.

Helena Tavares recomenda, por isso, um outro tipo de máscara, ou então a utilização de viseiras. Por outro lado, reconhece, se tratando de crianças, elas podem retirar as viseiras na hora das brincadeiras, levando à contaminação.

“É preciso ter muito cuidado. Os próprios pais têm de ensinar os filhos a lidar com a grande responsabilidade que vão ter no início das aulas. Nós, os professores, também temos esta responsabilidade no que toca à prevenção”, adianta.

A professora da turma de referência para surdos, com 34 alunos, na Escola Eugénio Tavares, na Cidade da Praia, recomenda máscaras a utilização de máscaras transparentes e diz que, inclusive, já receberam uma proposta de uma empresa que confecciona este modelo de máscaras, a seu ver, o melhor a ser implementado.

Não obstante as dificuldades, Helena Tavares acredita que os surdos vão se adaptar rapidamente à nova realidade , até porque, segundo diz, a vontade de regressar às aulas já é grande, pois representa o melhor espaço de socialização para os surdos.

À ministra da educação, a professora pede mais formações em língua gestual, bem como a criação de um currículo específico para a formação de surdos e uma escola só para surdos, do primeiro ao décimo segundo ano.

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