Um grupo de estudantes estão a acusar o Centro Comum de Vistos de injustiça, ao verem os seus pedidos de visto para Portugal recusados.
Os vistos em causa é para concluir a formação em Tripulação de Cabine, iniciada em Cabo Verde.
Segundo conta ao A NAÇÃO, Samira Gomes, representante do grupo lesado, 21 jovens cabo-verdianos inscreveram-se no curso de Tripulação de Cabine, na escola Oceânica, de Portugal, no mês de Junho.
Entretanto, por causa da pandemia e do consequente encerramento das fronteiras, não lhes foi possível viajar.
Para não perderem o curso, uma vez que já haviam feito o pagamento da matrícula e da propina, no valor total de 1750 euros, a escola optou por vir lecionar a parte teórica em Cabo Verde, com a condição de concluir a prática em Portugal.
Entretanto, conta Samira, desde o início do processo, o CCV não aceitou os documentos dos alunos, e só viria a aceitá-los depois da intervenção pessoal da diretora da escola.
“Começamos a assistir as aulas teóricas no dia 17 de Agosto, na Praia. No decorrer, o CCV entrou em contacto com todos os alunos para saber se realmente estávamos a frequentar as aulas e pediu comprovativo e avaliação, dados que foram entregues pela responsável da escola”, explica.
Entretanto, para a sua surpresa, ao serem chamados para receber os passaportes, notaram que apenas 15 pedidos foram aceites, ficando seis com os vistos recusados.
“Digo que é uma injustiça porque todos assistiram às aulas, todos apresentaram avaliação e todos tinham os mesmos objectivos”, diz a estudante, que agora corre o risco de ver o investimento perdido.
Esta estudante aponta ainda o facto de, segundo diz, o CCV ter apresentado duas justificações diferentes para a decisão.
“Para a responsável da escola disseram que os seis pedidos não foram atendidos por causa do histórico de recusa de visto daqueles estudantes e que poderiam estar a usar o curso para entrar na Europa. Entretanto, na justificativa apresentada aos alunos, alegaram que não apresentamos a justificativa de viagem e as condições”, aponta.
Também entre os vistos emitidos, acrescenta, há pessoas com histórico de recusa de visto, motivo pelo qual não percebem a posição do CCV.
Os alunos deveriam estar em Portugal desde o dia 11 de Setembro para concluir a formação.
Para já, avisam, vão recorrer a todos os meios possíveis para ver os seus direitos garantidos.