A UCID diz que a verba do fundo de emergência disponibilizada pelo Governo, ao Município de São Vicente, não é suficiente para corrigir os estragos.
A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) diz estar preocupada com a situação de mais de 20 famílias que perderam os seus bens e que continuam desalojadas após a queda das últimas chuvas na ilha de São Vicente. Por esta razão o partido chamou a imprensa, esta manhã, para denunciar aquilo que apelida de má planificação da cidade do Mindelo e culpabilizar a edilidade.
“Esta situação vivida é fruto de uma má planificação da cidade e de uma aposta errada da Câmara Municipal no que tange ao urbanismo em Mindelo. É só ver o que passou nas zonas de Covoada de Bruxa, de Alto de Casa d’Água, de Chã de Alecrim ou em
Fonte Francês, zonas que as chuvas causaram estragos deveras preocupantes”, destacou o presidente da UCID, António Monteiro.
Neste sentido, a UCID apela ao Governo que analise a real situação dos estragos causados em São Vicente para que de seguida possa disponibilizar as verbas suficientes para combater o cenário de “desgraça” que muitas famílias estão a viver.
Pois, no entender do partido, os 20 mil contos do fundo de emergência disponibilizados pelo Governo ao Município de São Vicente, são insuficientes para corrigir os estragos provocados pelas chuvas na ilha.
“Os 20 mil contos não serão suficientes nem para construir os muros de contenção de terras na zona de Casa d’Água, no bairro de Monte Sossego. Estamos a falar de dezenas de casas que foram afectadas. (…) Tendo em conta o que analisámos, 50 mil contos, no mínimo, seriam o suficiente”, sentenciou Monteiro.
Por conseguinte, a UCID considera que o Governo “deve sim” disponibilizar mais recursos para as correcções aos estragos provocados pelas chuvas. No entanto, António Monteiro alerta que não deve ser a Câmara Municipal a gerir as verbas.
“Deverá ser o Governo de forma directa a fazer esta gestão, pois estamos em tempos de campanha eleitoral, isto para que a Câmara não venha a utilizar esses recursos em benefício próprio, como se de um presente de campanha se tratasse”, justificou o líder
do partido.
Além disso, Monteiro apelou ao Governo que faça a adjudicação das obras e que sejam iniciadas “rapidamente”. Pois, uma segunda chuva pode pôr em risco vidas humanas.
Recorde-se que as fortes chuvas da semana passada afectaram vários bairros em São Vicente, onde 25 famílias foram realojadas temporariamente em escolas.