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São Vicente

São Vicente: Agricultor cria lagos artificiais abastecidos pela água das chuvas

Os lagos foram criados há três anos e só agora encheram com a água das chuvas no total de 4 toneladas armazenadas.

O agricultor, Amílcar Lopes, residente na localidade de Ribeira de Julião, em São Vicente, decidiu, em 2017, investir em dois lagos artificiais, na sua propriedade. Passados três anos, o investimento compensou com o armazenamento de quatro mil toneladas de água, provenientes das últimas chuvas.

“A arma do cabo-verdiano é a esperança”. É desta forma que Amílcar Lopes, em declarações a Inforpress, começa por falar do investimento em dois lagos artificiais, feito há três anos.

De lá para cá foram três anos de seca severa, sem que nunca este investidor tivesse desistido da ideia de que a água das chuvas havia de encher os reservatórios. Foi fruto de um esforço pessoal, que surgiu a partir do estudo que fez da forma mais barata e simples de armazenar águas pluviais do que, por exemplo, construir um dique.

“Se fizer uma boa rentabilização das quatro mil toneladas terei água para um ano de rega, numa área de dois hectares”, disse Amílcar Lopes, que disse ter feito a experiência para mostrar que qualquer agricultor pode fazer o mesmo e rentabilizar o investimento, em vez de investir em furos, que requerem montantes elevados.

O investimento, segundo Lopes, ronda os 800 contos em mão-de-obra, pois a tela foi uma oferta e a escavação contou com entreajuda de uma empresa local.

Para Amílcar Lopes, a solução para Cabo Verde passa pelos lagos artificiais e não as barragens, pois, exemplifica com o seu caso, “é só cavar um buraco, pôr uma tela, e recolher a água da chuva”. “Sempre disse que não queria ver a água da chuva escorrer para o mar”, concretizou.

O vasto terreno agrícola de Amílcar Lopes no empreendimento Gota d’Ága vai agora ter uma área cultivada e de produção alargadas, reforçou, regadas com uma “água doce” e não água de poço.

Amílcar Lopes explora três hectares de terreno cultivados, o equivalente a três campos de futebol, e um outro tracto para a criação de animais como vacas, cabras e ovelhas, tudo raça melhorada, alimentados com forragem produzida no local à base de cevada, em contentores, na Ribeira de Julião, que Lopes define como sítio de experiências para oferecer a Cabo Verde.

 

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