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Covid-19

Praia: Vendedeiras do Sucupira “desamparadas” nos seis meses de pandemia veem situação agravar com as cheias

Longe do movimento de outros tempos, o Sucupira está às moscas. Muitas vendedeiras já deixaram de ir para o mercado pois não aparecem clientes. A situação piorou com os estragos das chuvas.

 

O mercado do Sucupira, na cidade da Praia, tem registado nos últimos tempos pouco movimento, quer dos clientes, como dos próprios comerciantes. O que está a complicar a vida aos vendedores. Se a situação já era grave antes das cheias agora piorou

Era quase meio-dia desta sexta-feira, 11, quando o A NAÇÃO fez uma ronda dentro do Sucupira e verificou que haviam mais barracas desocupadas do que preenchidas. Isto, quando ainda estavam longe de imaginar, que a situação viria a complicar-se com as cheias da madrugada de sexta-feira para sábado na capital.

É que desde a aplicação de algumas medidas de prevenção face à covid-19, entre elas, dias alternados para dois grupos de vendedeiras, que o lugar encontra-se quase que abandonado.

“Muitos desistiram porque não estavam a conseguir vender nada e com as vindas ao mercado, as despesas só aumentavam. Outros vêm do interior, têm de pagar carro de ida e volta, o almoço para ficar aqui até às 17h30 sem conseguir vender nada, é triste”, conta ao A NAÇÃO, uma vendedeira de roupa e calçado para quem esta pandemia “destruiu a vida na Sucupira”.

Segundo a mesma, que preferiu o anonimato, “se a pandemia não der tréguas, acabamos todas em casa porque a venda está cada dia, pior do que a outra.”.

“Nós não culpamos o Governo, nem ninguém pela nossa situação mas acredito que é da responsabilidade deles ajudar-nos a ultrapassar esta fase. Sinceramente, estamos desamparados”, desabafa esta mãe chefe de família que garante não ter recebido nenhuma ajuda desde o mês de Março.

“Eu não vi a cor dos 10 mil escudos prometidos mas também não fez qualquer diferença porque ninguém consegue sobreviver com 10 mil escudos por quase 6 meses. Graças às minhas irmãs no estrangeiro, não passei fome, nem  os meus filhos”, diz.

Além desta vendedeira chefe de família, o A NAÇÃO tentou ouvir outros comerciantes mas estes apesar de afirmar que encontram na mesma situação, não quiseram gravar uma entrevista justificando que preferem “não manifestar para não deixar as coisas piores do que já são”.

 

Estragos das chuvas

Agora a situação piorou. As chuvas deste sábado,12, fizeram vários estragos um pouco por toda a cidade da Praia e o Sucupira localizado também na parte baixa da cidade não escapou à fúria das águas.

As fortes cheias correram pelas portas e as poucas vendedeiras que desafiaram a tempestade e compareceram na esperança de mais um dia de venda, procuravam a todo o custo, o caminho de volta para a casa, com estragos em algumas mercadorias, naturalmente.

A rua principal do Sucupira empoçou de tal forma que interditou a circulação de pessoas que estavam naquela área e a água correu também dentro do mercado.

Hoje, domingo, dia de maior feira no Sucupira, não há muita movimentação na área, e destacam-se ainda poucas hiaces que aguardam passageiros, rumo ao interior.

A chuva continua a cair de forma moderada na capital.

RM

 

 

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