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Covid-19

Com pedra na engrenagem. Máscaras sobem ao Parlamento 

 

 

Por: Alex Semedo

1 Foguetes explosivos

As máscaras faciais da discórdia sobem, agora, ao Parlamento.

Que nem foguetes e fogos-de-artifício de Fim-de-Ano.

Infelizmente, já com pedra na engrenagem.

Ainda nem chegou ao destino, eis que o Chefe de Governo, já tem certeza-certa de que, por alturas das Autárquicas de 25 de Outubro, já estará em vigor o uso obrigatório de máscaras faciais…na via pública.

Esqueceu-se, talvez – ou há outras razões que nós, os pobres governados, desconhecemos? -, que a “coisa” precisa de “uma maioria reforçada”. 

Trocado por miúdos: tem que haver e contar, obrigatoriamente, com (alguns!) votos da Bancada da Oposição.

Porque bole com os direitos fundamentais dos cidadãos. 

Também eles, eleitores. Que põem e tiram.

Lembram-se daquela brincadeira de criança? 

Mas… 

Se se precisa “disso” – vulgo, de entendimentos! -, onde está a razão de se largar foguetes antecipados, contagiosos, explosivos e perigosos, embora, o PAICV já veio a terreiro – em tempo! -, manifestar a sua “abertura e disponiblidade” em “negociar” e colaborar, para que tal pretensão vire realidade.

E nessas de negociações…muita “coisa” pode acontecer e…retroceder também. 

Pelo que se deve, sempre-sempre, esconjurar e evitar colocar pedras – ou quaisquer outros objectos estranhos, sejam eles, basálticos ou não! – na engrenagem. 

Certo mesmo, é que, pelas mãos do Palácio da Várzea da Companhia, que quer dar o troco ao Palácio do Platô, as máscaras vão continuar a alimentar a malta.

E egos também. 

Uma “coisa” que parecia ser reles, de “lana-caprina”, mas que, ao fim e ao cabo, tem braços compridos que nem os polvos de Ponta d’Atum.

Aqueles de Tarrafal de Santiago.

De outros tempos.

Claro!

Depois de mofarem (quase) um mês lá “riba” de Platô de Praia, o Diploma de uso obrigatório de máscaras na via pública, foi desbancado, e teve que se “contentar” com a manifestação da “expressão do dever cívico de todos os cidadãos”.

Que até…nem é tão mau assim.

Mas…

Há sempre aquele “maaas”…

O Governo “inderiou”, mas não se quebrou…

Não desistiu.

Tem que virar Lei. 

E…uma vez mais, pela voz do titular da Administração Interna, os governados souberam que vai ser demandado, agora, num terceiro Palácio: o da Assembleia Nacional.

Lá na Achada de Santo António. 

Que, como leva o nome de um “Santo Sacramenteiro”, que até “pregou” e “milagrou” os peixes, tudo aponta que se fará luz.

Custe o que custar! 

Nós, que estamos no rol dos governados, clamamos, em alto e estridente som: que vingue o bom-senso!

Para uma saúde de qualidade…

Para todos os cabo-verdianos e os que nos visitam.

 

2 Celebrações polémicas

Inéditas!

É so mais uma das tantas cabo-verduras.

Que nem se lembrava ao diabo.

Consultando os mais velhos – que ainda os tenho como repositórios diversos! -, nenhum deles se lembra de “viralização” igual, provocada pelas benditas e sagradas chuvas.

Todos lembram e apontam que, nestas Ilhas Plantadas no Meio do Atlântico, as “águas-do-céu” sempre foram motivo de brinde ao Nossenhor Bom Deus.

Jamais de semelhantos puxões de orelhas.

Mas…mudam-se os tempos.

Mudam-se as avaliações…

E justificam, os mais antigos: “Ôchi, organismu Humano sta mas fraco…sa ta cumêdu sô kuzas sen sustentu!”. 

Verdade ou não, certo-mesmo, é que as cenas vazadas nas redes Sociais – propositadas ou não! -, clamam e merecem por uma chamada à razão dos partícipes.

Noutros tempos, banhava-se, também, nas “águas-do-céu”, mas…de outra forma.

Mais: até era irrecomendável deixar-se “molhar” pelas “primeiras águas”, que eram tidas como impuras e cusadoras de maleitas mil.

Principalmente, para as crianças. 

Causava-lhes “serenos”, além de maltratar-lhes as “moleiras”.

Ou mioleiras? 

Vulgo, cérebros? 

Outros tempos. 

 

3 Casa furtada…

Assenta bem, que nem uma luva… 

“Depois de casa furtada, trancas à porta…”.

O Povo tem sempre razão.

E Cabo Verde tem provado isso, nesse lidamento com o dossiê de COVID-19. 

Só vai atrás, correndo atrás do prejuízo…

Tentando apagar o fogo.

Em vez de jogar na antecipação e na prevenção, só chega aos sítios contaminados…depois do novo Coronavírus lá estar.

O caso mais recente e icónico, é o da Ilha do Fogo, que, após o surto dos Mosteiros – a que se seguiu São Filipe -, foram despachados equipamentos diversos, a saber: ventiladores, monitores, desfibrilhadorores, entre outros, para o Hospital de “São Francisco de Assis”.

Além de recursos humanos vários.

Que passam a actuar na “linha-da-frente”.

Tudo isso, depois do prejuízo, aliás, notificação de 17 de Agosto…que já supera cem infectados. 

Mais a morte de um homem, na casa dos 60 anos, que, também, padecia de outras maleitas.

De lembrar, na hora, aqui e agora, que todas as vidas são vidas…e são muito importantes.

E não têm preço. 

Monetário. 

 

4– Porto Novo…

Quatro dias após brindar pelo seu Dia do Município e da Cidade-Capital – 2 de Setembro -, eis que se notifica o primeiro caso de COVID-19,  em Porto Novo, outrora Vila dos Carvoeiros.

A delegada de Saúde local, Isaulina Delgado, explicava ser um indivíduo de 60 anos, internado no Hospital Regional “João Morais”, baseado na Cidade de Ribeira Grande, eterna e carinhosamente tratada por Povoação. 

Felizmente, para contrariar estas más-novas, “Chuba Braba” mesmo, beijou, pela primeira vez, nestes últimos três anos, a imortalizada Terra de Manuel Lopes.

Que venham mais e…muitas mais…

Chuvas! 

 

5– Sem papas na língua…

É isso mesmo.

Nem mais, nem menos. 

“Xatiadu si”, o Papa Francisco, domingo, 6, na Praça de São Pedro (no Vaticano), pôs de lado o texto oficial, que tinha pronto para a prédica, para lamentar os (quase!) já costumeiros “rumores”, que estão infestando as comunidades da Igreja Católica.

Com os tentáculos a atingirem a burocracia do Vaticano.

O argentino  que virou Francisco – na Cadeira de São Pedro! -, não decobriu “careca”, mas sempre foi alertando que o diabo “é o maior intriguista”, que tenta dividir a Igreja com as suas mentiras.

“Por favor, irmãos e irmãs, vamos tentar não criar mexericos”, pregou Francisco, sustentando que «o rumor é uma praga pior do que a COVID».

Que a carapuça sirva ao seu dono.

Dentro e for a do vaticano.

Por toda esta nossa Aldeia Global.

Pelos séculos dos séculos…

(Publicado na edição semanal do A NAÇÃO nº 680,  de 10 de Setembro de 2020)

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