A ideia de grafitar o “Manifesto de olhos abertos” ou “Manifesto Inconformista de Dezembro de 2016” do escritor e cineasta brasileiro, JP Cuenca, pelos muros da cidade do Mindelo,
partiu do grupo anonimo “Ruvra ess Cosa”. São 12 frases em 12 paredes.
“Após contactarmos e nos maravilharmos com o Manifesto de JP Cuenca, de imediato nos perguntámos sobre a maneira de pôr muito mais gente a lê-lo. A resposta foi em jeito de interrogação: e se pintássemos o Manifesto nas paredes do Mindelo para que todos o lessem?”, explica o “coletivo sem individualidades” Ruvra ess Cosa.
As frases tratam-se da enumeração dos 12 pontos do Manifesto do escritor que o grupo diz ser importante partilhar com a população.
“Acreditamos na qualidade literária e artística do Manifesto, assim como na sua pertinência para a realidade das ilhas. São 12 frases em 12 paredes. É só percorrer a cidade e descobrir o Manifesto de JP Cuenca”.
Vai desde o ponto 1 “A destruição é uma constante histórica. A crença ingênua de que passaríamos incólumes pela vida nos une. Precisamos abrir os olhos” até o ponto 12 – “Não há resistência fora da criação. Não há criação fora da resistência”.
Os manifestos têm a intenção de mudar o mundo, a arte e, frequentemente, um através da outra. O “Manifesto de olhos abertos”, que já foi traduzido para o crioulo pelo grupo teatral “Txon Poesia”, não é diferente.
As 12 frases visam ser uma forma de intervenção e levar quem as lê a refletir e agir.