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Opinião

Ser Democrata, VS, “ser poder” ou “ser oposição” em democracia (Parte I /III)

Por: Péricles Africano Lima Barros

Aos meus amigos Jorge e Simão, pelas as nossas gostosas
Tertúlias, onde arejamos as asas, sempre com muita vontade de
decolar…e talvez voar…. . com os pés no chão …  

Este é um tema extremamente caro para mim, mas devo confessar, de difícil abordagem; ser cidadão democrata ou ser elemento do arco do poder são definitivamente duas realidades bem distintas; a conversa gerou-se à volta, das  mais valias, / custos/ e ameaças para sociedade,  pelo facto de termos optado  pelo  “ Regime  Parlamentar Mitigado”; A Alma (a minha pelo menos..) precisa ser alimentada com o sentimento de liberdade. Ser perseguido pela livre expressão de ideias, e opiniões, sem ferir a ética,  a moral com decoro o quanto  baste , está  completamente fora de questão. Trata-se de um ativo, que não tem preço, é inegociável.

Porém, convenhamos, muitas vezes sentimo-nos impotentes e frustrados perante  alguns roídos do nosso Sistema Politico ; a saber por exemplo:  quando a plêiade de eleitos nacionais legitimados pelo nosso voto,  usam e abusam do mandato que lhes conferimos , sem rei nem roque para  pôr um stop  aos  desvarios  que  nos brindam enquanto integrantes  do segundo mais importante órgão de soberania deste pais : a AN . Este  nosso sistema concede a um lote de políticos, um mandato  de cinco anos com  total liberdade para   fazerem  e   desfazerem  no parlamento; O tempo que lhes é destinado para  a discussão  de questões de interesse publico, parece ser terra de ninguém; enquanto uns  o utilizam de forma  séria e responsável outros porém,  fazem uso do tempo de forma vulgar, e desrespeitosa   saindo em grande e com  “deboche” , gabando se  da impunidade que lhes  assiste  enquanto eleitos  Tudo isto  escudado pelo grupo parlamentar   a que pertencem;

Esta  foi a nossa opção, o modelo que escolhemos o “ Parlamentarismo mitigado”. Podemos e devemos, enquanto seres pensantes   e donos do nosso destino,   questionar sempre  a bondade das nossas opções;  estou cada vez mais convencido,  que esta opção tem   virtudes, mas comporta riscos , que devem ser  analisados  friamente; Haja pudor,  haja moral na política; Por exemplo , ofender  de forma vil o eleito do lado  no plenário do parlamento,  e esconder-se  na IMUNIDADE PARLAMENTAR , é no mínimo primitivo e covarde ( art 169º da constituição );  é só ver o  articulado da constituição  sobre os deveres dos deputados  ( quatro  pequenas  alíneas…).

Outra triste constatação, é o facto de testemunharmos ao longo dos anos, o desperdício despudorado de ativos e  recursos nacionais, materiais mas também financeiros , o que é inaceitável  nos tempo de hoje; A prática tem sido .. .. “ há que limpar a tudo o que possa sugerir   feitos   da outra senhora que esteve no poder ”.

Tem sido esta a postura de alguns governos; até quando esta atitude irá  perdurar ? a resposta evidente:  “diferentes paradigmas de governação,  ideologias  e visões politicas distintas, …etc  quê  los hay,  quê los hay . Porém  a tendência para dar satisfação aos alguns fanáticos talibãs eleitores, que contrariados podem fazer imensos estragos na estrada! A verdade é que a nossa elasticidade para absorver recuos despropositados é limitadíssima! Há uma tendência para deitar por terra , tudo de vulto  que teria sido feito anteriormente,   só pelo de facto de  se ter mandato para fazer diferente,  para  depois recriar tudo de novo com roupagem diferente ; os nossos parcos recursos estão a esgotar-se  continuamente,  não  estão a regenerar –se , alguém dúvidas ??  , isto tudo é  por demais preocupante  para não dizer  pernicioso.

A continuar ..

 

(Cidadão )                                                            Praia 21 de Agosto de 2020

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