Por: Péricles Africano Lima Barros
Aos meus amigos Jorge e Simão, pelas as nossas gostosas
Tertúlias, onde arejamos as asas, sempre com muita vontade de
decolar…e talvez voar…. . com os pés no chão …
Este é um tema extremamente caro para mim, mas devo confessar, de difícil abordagem; ser cidadão democrata ou ser elemento do arco do poder são definitivamente duas realidades bem distintas; a conversa gerou-se à volta, das mais valias, / custos/ e ameaças para sociedade, pelo facto de termos optado pelo “ Regime Parlamentar Mitigado”; A Alma (a minha pelo menos..) precisa ser alimentada com o sentimento de liberdade. Ser perseguido pela livre expressão de ideias, e opiniões, sem ferir a ética, a moral com decoro o quanto baste , está completamente fora de questão. Trata-se de um ativo, que não tem preço, é inegociável.
Porém, convenhamos, muitas vezes sentimo-nos impotentes e frustrados perante alguns roídos do nosso Sistema Politico ; a saber por exemplo: quando a plêiade de eleitos nacionais legitimados pelo nosso voto, usam e abusam do mandato que lhes conferimos , sem rei nem roque para pôr um stop aos desvarios que nos brindam enquanto integrantes do segundo mais importante órgão de soberania deste pais : a AN . Este nosso sistema concede a um lote de políticos, um mandato de cinco anos com total liberdade para fazerem e desfazerem no parlamento; O tempo que lhes é destinado para a discussão de questões de interesse publico, parece ser terra de ninguém; enquanto uns o utilizam de forma séria e responsável outros porém, fazem uso do tempo de forma vulgar, e desrespeitosa saindo em grande e com “deboche” , gabando se da impunidade que lhes assiste enquanto eleitos Tudo isto escudado pelo grupo parlamentar a que pertencem;
Esta foi a nossa opção, o modelo que escolhemos o “ Parlamentarismo mitigado”. Podemos e devemos, enquanto seres pensantes e donos do nosso destino, questionar sempre a bondade das nossas opções; estou cada vez mais convencido, que esta opção tem virtudes, mas comporta riscos , que devem ser analisados friamente; Haja pudor, haja moral na política; Por exemplo , ofender de forma vil o eleito do lado no plenário do parlamento, e esconder-se na IMUNIDADE PARLAMENTAR , é no mínimo primitivo e covarde ( art 169º da constituição ); é só ver o articulado da constituição sobre os deveres dos deputados ( quatro pequenas alíneas…).
Outra triste constatação, é o facto de testemunharmos ao longo dos anos, o desperdício despudorado de ativos e recursos nacionais, materiais mas também financeiros , o que é inaceitável nos tempo de hoje; A prática tem sido .. .. “ há que limpar a tudo o que possa sugerir feitos da outra senhora que esteve no poder ”.
Tem sido esta a postura de alguns governos; até quando esta atitude irá perdurar ? a resposta evidente: “diferentes paradigmas de governação, ideologias e visões politicas distintas, …etc quê los hay, quê los hay . Porém a tendência para dar satisfação aos alguns fanáticos talibãs eleitores, que contrariados podem fazer imensos estragos na estrada! A verdade é que a nossa elasticidade para absorver recuos despropositados é limitadíssima! Há uma tendência para deitar por terra , tudo de vulto que teria sido feito anteriormente, só pelo de facto de se ter mandato para fazer diferente, para depois recriar tudo de novo com roupagem diferente ; os nossos parcos recursos estão a esgotar-se continuamente, não estão a regenerar –se , alguém dúvidas ?? , isto tudo é por demais preocupante para não dizer pernicioso.
A continuar ..
(Cidadão ) Praia 21 de Agosto de 2020