Na carta, partilhada com a comunicação social, o movimento expressa preocupação em relação a sobre-população canina em todo o país e reconhece os seus efeitos nefastos, mas repudia o que chama de “atrocidades graves” cometidas contra os cães e diz que a eliminação sem uma política pública eficaz não soluciona o problema.
“Ao longo dos séculos, os cães foram periodicamente envenenados pelos municípios, implementando esta medida como controlo da população canina. Depois da proibição do uso da strichnina, os municípios passaram a utilizar venenos ilegais, enforcamento, espancamento até à morte, eletrocussão e outros métodos não menos cruéis, todos proibidos e condenados pela Organização Mundial para a Saúde Animal, OMS e FAO, ou União Europeia, entre outras organizações. Ao certo, a matança massiva dos cães praticada há tanto tempo, nunca resolveu o problema”, pontua o movimento.
Na sua carta, o MCCR recorda que, em várias ocasiões, alertou sobre a ineficácia da matança massiva dos cães, enquanto controlo da população, e “condenou fortemente” os métodos de extrema crueldade.
Métodos que, segundo diz, são largamente condenados e qualificados de bárbaros pela comunidade internacional desenvolvida, manifestado claramente no transato ano de 2019 pela Provedora dos Animais da Câmara Municipal de Lisboa em carta endereçada à Câmara Municipal da Praia.
Em Fevereiro de 2019, o MCCR apresentou, ao Primeiro Ministro de Cabo Verde, uma estratégia nacional para a gestão canina que incorporava os métodos modernos e eficazes para o controlo da população canina.
O MCCR é um dos promotores da Aliança Nacional para a Gestão Ética da População Canina e Felina, socializada com todos os municípios, mas de metade dos quais, segundo diz, manifestou “de imediato” interesse em aderir à mesma.
Na carta, lê-se ainda que “a Ordem dos Médicos Veterinários de Cabo Verde também aderiu prontamente, assumindo os princípios de uma gestão com rosto humano que tem por base a educação da população e a esterilização massiva dos cães”.
Diante destes factos, o MCCR convida a Câmara Municipal da Brava a abandonar os métodos tradicionais e cruéis e associar-se à Aliança, “que irá trazer benefícios vários ao município, como a partilha de experiências, projetos e materiais de comunicação elaborados”.
A carta é assinada pelo MCCR e pela Ordem dos dos Médicos Veterinários de Cabo Verde.