Lisandra Costa, de 25 anos, estudante já formada em Comunicação Social e Relações Públicas, que residia em Porto Alegre, Rio Grande do Sul perdeu o voo de repatriamento dos estudantes cabo-verdianos, que aconteceu na passada segunda-feira, 24.
Lisandra Costa perdeu o voo devido a um atraso na viagem de Porto Alegre para Fortaleza.
Ouvida pelo A NAÇÃO, A jovem conta ainda que não conseguiu viajar no dia anterior à viagem, de forma a prevenir eventuais atrasos e a perda de voo, devido à falta de verba.
“Eu não tive a possibilidade de comprar a passagem para o dia anterior à viagem para Cabo Verde, que era o ideal. Quando consegui, finalmente, o dinheiro para comprar o ticket de avião já estava muito caro”, explica a jovem.
Lisandra ainda conseguiu chegar no aeroporto antes do voo de repatriamento sair, mas a demora na recolha das bagagens a impediu de apanhar o voo de regresso a Cabo Verde.
“Passei o caminho inteiro a rezar e estavam todos a torcer por mim. A primeira coisa que começou a correr mal, foi que eles não me deixavam sair do avião primeiro, por causa da regra que, que quem está à frente tem de descer primeiro. As próprias pessoas dentro do avião começaram a fazer pressão dizendo para me deixar sair, porque eu tinha que regressar à minha terra”, recorda.
E prossegue: “Saí correndo para pegar a bagagem, mas demorou e por ordens de superiores tinham que revistar todas as bagagens. Quando consegui, finalmente, despachar tudo, fui fazer o check-in, mas o voo já estava a levantar”, diz a jovem, triste.
Lisandra está, no momento, alojada na casa do presidente da associação dos estudantes cabo-verdianos no Brasil, em Fortaleza, sem saber o que fazer e declara ser “inviável” regressar ao Estado brasileiro onde estudava, por falta de condições.
A jovem diz estar a aguardar pelo Governo, que já está ciente do ocorrido. Lisandra acrescenta ainda que graduou-se em Janeiro, e os seus documentos já “venceram”, pelo que qualquer ajuda será bem-vinda.
Suíla Soares
Estagiária