O Ministério Público (MP) ordenou a abertura de uma instrução criminal contra Gil Évora e Carlos Anjos, supostos emissários de Cabo Verde, que deslocaram à Venezuela com a missão de encetar contactos com o presidente Nicolas Maduro, sobre caso da detenção de Alex Saab.
Em comunicado divulgado ontem, segunda-feira 24 de Agosto, o Ministério Público referiu que, “ao tomar conhecimento da notícia veiculada nos órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros, que dá conta da deslocação de dois cidadãos cabo-verdianos à República Bolivariana da Venezuela, alegadamente com a missão de encetar contactos com o Presidente daquele país, enquanto emissários do Governo, assim como do comunicado do Governo de Cabo Verde alegando não ter enviado ninguém, nem qualquer missão ao mencionado país, determinou a abertura de instrução criminal”.
O MP esclarece que “em causa estão factos susceptíveis de integrarem a prática de um crime de usurpação de autoridade cabo-verdiana, previsto pelo artigo 312º do Código Penal e punido com a pena de prisão de um a cinco anos”.
A mesma fonte garante que finda a investigação será tornado público o sentido do despacho de encerramento da instrução, que decorrerá em segredo de justiça.
Recorde-se que, depois de ter começado a circular na imprensa internacional que o Governo enviou dois emissários à Venezuela para falar com Maduro, a notícia foi prontamente desmentida pelo Executivo cabo-verdiano.
Também Gil Évora, falando em seu nome e em nome de Carlos dos Anjos, garantiu em comunicado que não esteve na Venuzuela nem se encontrou com Maduro.
Esteve sim, alega, num encontro com um grupo de advogados da defesa de maduro numas ilhas nas Caraíbas, a convite de uma empresa cabo-verdiana que diz estar a prestar consultoria aos advogados de Saab.