Dilma dos Reis, 30 anos, conta que, após sentir muita dor, a 21 de Julho deslocou-se à Delegacia de Saúde da Brava, na Cidade de Novas Sintra, onde lhe foi diagnosticada pressão alta e morte do feto.
Mesmo sem foco fetal – segundo conta -, o médico negou-lhe uma evacuação para a vizinha Ilha do Fogo, para uma cesariana.
Dilma consegiu “expulsar” a bebé, já morta, logo de manhã, “um sofrimento” que, conforme diz, poderia ter sido evitado.
“A minha indignação foi o sofrimento que passei e o esforço que fiz até ao amanhecer, sabendo que a bebe já estava morta. Uma evacuação, de imediato, não devolveria vida à bebé, mas, com uma cesariana, o meu sofrimento seria menor”, denujncia Dilma à Inforpress, avançando que a Delegacia de Saúde, na ocasião, não dispunha de água disponível para a higiene pessoal.
A jovem diz que não teve, até o momento, nenhuma explicação sobre os motivos que levaram à morte da bebé, ainda no ventre, sendo que, todos os exames estavam em dia e o feto saudável.
Em resposta à acusação, o delegado de Saúde, Júlio Barros, garante que a paciente foi atendida pelos enfermeiros de serviço, que o accionaram a ele e à enfermeira-obstetra, para a avaliação do caso.
Segundo o médico Barros, quando não se detectou foco fetal, foi comunicado à medica-ginecologista, na Ilha do Fogo, sobre a sua evacuação, mas que a médica radiogradou que, pelo tempo que a parturiente levou em casa, o feto já não tinha vida intra-uterina.
Conforme Júlio Barros, falaram com a paciente, mesmo no meio da dor e da angústia pela perda da bebé, dando-lhe “a assistência necessária”.
Ricénio Lima
Estagiário