Por: Péricles Barros
Há aspetos incontornáveis que importa referir neste contexto à laia de remate final.
Mais que claro que os tempos de hoje correm a uma velocidade vertiginosa a todos os níveis, e o “modus” de estar na política tem de estar em fase com a passada da modernidade. Fazer política séria, consequente, porquanto merecedora de respeito, requer ingredientes e “Know how” mínimos, a saber. por exemplo:
Coerência com a plataforma politica-programática que mereceu a confiança dos eleitores;
Capacidade de imprimir sentido e direção claros na gestão da coisa pública.
Ter a coragem de se assessorar adequadamente a todos os níveis
Amplo sentido de gestão de Informação,
Vontade e determinação para eliminar sinais de mediocridade, incúria e oportunismo na atividade governativa,
Coragem para identificar e disponibilização para celebrar Pactos de Regime para Planos e Programas Estruturantes Nacionais de Longo Prazo, com todas as forças políticas do país
Ter elevado nível de Inteligência emocional
Dirigente Político, que não for lesto suficiente, para eliminar atempadamente os tradicionais venenos e contaminantes na arte de fazer política, assim como colaboradores acríticos e oportunistas”, está condenado a desaparecer da cena política com má memória; outrossim, hoje mais do que nunca, é indispensável rodear-se de uma assessoria técnica ao mais alto nível nas diferentes áreas de governação. Os políticos modernos de topo, devem ter a capacidade antecipar-se aos acontecimentos e as tendências que se desenham na sociedade. Estes estão condenados a adotarem estratégias, e instrumentos de intervenção políticos, precisos e sofisticados; Pouco espaço há para amadorismos e invencionices; contudo, há certamente necessidade de muita criatividade; Num passado recente o estado de arte de fazer política à moda da casa, passava pela utilização de meia dúzia de “clichês” repetitivos e requentados, ditas no tom e timbre, populistas o quanto baste ; Hoje, como dizia o meu saudoso tio, “ Nem flassa”! Hoje, é muito fácil desmontar discursos populistas, com dois cliques.
Convenhamos, FAZER é obrigação de quem tem legitimidade democrática para decidir e governar; fazer bem feito é apanágio de alguns Iluminados (… felizmente que temos alguns, … poucos), fazer mal feito e ou permitir que alguns sargentos e praças estraguem o trabalho dos generais (com objetivos escusos) , ou fechar os olhos para pagar faturas, dizia … desgasta, que nem rebarbadora sobre esferovite. É evidente que no seio dos maiores partidos do arco do poder em Cabo Verde , alguns jovens estão a adotar posturas de irreverência positiva, capazes de se demarcarem de figuras de proa no seio dos seus partidos, quando estes vacilam, e decidem visivelmente contra corrente… tudo isto , sem pôr em causa a sua afiliação partidária; excetuam-se alguns conhecidos “talibãs”, que infelizmente, aceitam ser mulas de políticos suspeitos, a troco de alguns favores cirúrgicos. Não se muda de partido por dá cá aquela palha; Ora , partindo do principio, que a situação tenderá a evoluir de molde a que cada vez mais se premeie a excelência, a competência, a qualidade, e o rigor, estamos seguros que, é mister que surjam dirigentes capazes de inverter completamente a forma de fazer política em Cabo Verde, ou os partidos inclinar-se-ão para uma derrapagem crescente e sem precedentes, o que não interessa à sociedade ; Este presságio preocupa-nos sobremaneira, e os sinais são por demais claros; Muitos pensam, que o tão propalado descrédito generalizado dos políticos, é falácia, ou teoria da conspiração,. E se não for? Na democracia representativa, que nós abraçamos com a abertura política nos inícios dos anos 90, os partidos políticos são instituições incontornáveis. Por estas e outras razões, não temos dúvidas que CABO VERDE PRECISA CADA VEZ MAIS, DE POLÍTICOS DE CRAVEIRA, para fazer JUS aos valores e princípios que nortearam os movimentos para a independência de Cabo Verde, da liberdade e democracia dos anos noventa e pós 90, verdadeiros soldados da democracia e promotores de uma autêntica cultura de constitucionalidade.
Praia 12 de Agosto de 2020