O candidato da UCID à Câmara Municipal de São Vicente, António Monteiro denunciou um alegado esquema “montado na câmara” para a venda de terrenos, de que deu conhecimento à PJ.
Monteiro falava na manhã de sexta-feira (14), durante uma conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Mindelo.
“Há cerca de três meses a UCID apresentou uma denúncia junto à Polícia Judiciária e pediu para ser analisado como determinados terrenos são adquiridos, como são feitas as doações e como outras quantias são entregues em mãos para um grupo de pessoas distribuírem entre si”, disse.
António Monteiro considerou que situações desta natureza devem ser postas cobro o mais breve possível, sob pena de se estar “a criar um polvo com um tentáculo enorme que poderá criar grandes constrangimentos à ilha”.
O candidato da UCID manifestou igualmente a sua preocupação para com a gestão da autarquia nos últimos dias. Apontou na direcção da concentração de pessoas à frente da edilidade, à procura de papéis para aquisição de terreno, um facto que pode pôr em risco a saúde pública.
Para sustentar este facto, António Monteiro disse que a UCID encontra-se na posse de “vários registos” de pessoas “que dormem à porta da câmara” para tentar encontrar um lote de terreno, uma atitude que classificou de “muito má” em gestão de território, que “não deveria existir”, por colocar em causa o desenvolvimento “harmonioso e sustentável” da cidade do Mindelo.
“Todos têm direito ao seu lote de terreno para construir a sua habitação, mas deve caber à câmara fazer a planificação atempada”, criticou.
António Monteiro revelou ainda preocupação com a realização de obras que não estão no Orçamento da autarquia para 2020, nomeadamente a construção de placas desportivas “sem dimensão, até com oito metros de largura”, quando a câmara, criticou, “não consegue concluir o polivalente de Chã de Alecrim, obra que se arrasta há mais de 15 anos” e a recuperação de outras placas desportivas.
“O presidente da câmara de São Vicente tem uma coisa só em mira, ou seja, fazer obras fora do orçamento e que não dignificam a cidade, para, a todo custo, manter-se no poder”, concretizou, até porque, finalizou, “os valores das sondagens não lhe são favoráveis e daí o desespero que coloca em perigo o futuro de São Vicente e a própria saúde pública”, concluiu.
JF