A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ontem que as pessoas não devem recear comidas ou embalagens de comida como fontes de contágio da covid-19, apesar de vestígios do vírus terem sido encontrados em asas de frango exportadas do Brasil para a China.
Segundo Michael Ryan, director executivo do programa de emergências sanitárias da OMS, “não há provas de que os alimentos ou a cadeia alimentar estejam a participar na transmissão deste vírus”.
Quanto às pessoas das alfândegas que tiveram contacto com as amostras, todas foram testadas e os resultados foram negativos.
A principal responsável técnica da OMS no combate à covid-19, Maria van Kerkhove, esclareceu que a China “testou cerca de cem mil embalagens” de comida à procura do novo coronavírus, mas que só o encontrou em “menos de dez”.
“Sabemos que (o vírus) pode permanecer em superfícies durante algum tempo, mas pode ser inativado lavando as mãos ou usando uma solução à base de álcool”, indicou, acrescentando que a OMS emitiu orientações para os trabalhadores de instalações fabris de processamento de alimentos para evitar a transmissão.
Michael Ryan ressaltou ainda que é importante “não descartar provas científicas”, mas que é “igualmente importante que as pessoas possam continuar a viver sem medo”.