No âmbito de uma pesquisa científica levada a cabo pelo Projecto Tartaruga Boa Vista, foram instalados 45 termômetros nas areias de 24 praias à volta da ilha.
O estudo tem a duração de cinco anos e pretende registar a variação de temperatura ao longo da extensão das praias, durante todo o período de desova. O intuito é estimar o rácio percentual de crias machos e de fêmeas.
São colocados dois termómetros por praia, que registam a temperatura a cada 30 minutos. “Um na linha da maré, e o outro nos limites da vegetação ou das dunas, a cerca de 40 centímetros de profundidade, pois, essa é a média da profundidade que se encontra a maior quantidade dos ovos”, conforme explicou a responsável pela coordenação científica do projecto, e vice-presidente da Natura 2000, Maria Medina.
O processo de selecção das 24 praias para a instalação dos termómetros foi feito de forma a cobrir as praias com uma maior actividade de nidificação. Isso possibilita a obtenção de dados ao redor da ilha.
Embora este seja um ano atípico, conforme Arminda Lima, da Fundação Tartaruga, os pesquisadores já identificaram até agora números recorde, cerca de “40 mil ninhos de tartarugas a nível da ilha”. Além disso, devido à pandemia não contam com voluntários internacionais sendo o pessoal de terreno composto maioritariamente por moradores locais.
O Projecto Tartaruga Boa Vista teve início em 2018, é financiado pela fundação MAVA e envolve todas as ONGs de conservação da ilha da Boa Vista: a Cabo Verde Natura 2000, a BIOS.CV, a Fundação Tartaruga, a Associação Varandinha de Povoação Velha, a Associação Onze Estrelas e a Delegação do Ministério de Agricultura e Ambiente da Boa Vista.
Carlos Alves
*Estagiário