A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde (UniPiaget) está a trabalhar num estudo denominado “Saúde mental da população cabo-verdiana durante e após a Covid-19” tendo em vista evidenciar os efeitos psicológicos da pandemia.
O estudo, coordenado, pela docente Ana Suzete Moniz, diretora da Unidade de Ciências da Natureza, da Vida e do Ambiente, faz parte de um conjunto de ações desenvolvidas em sintonia com as autoridades sanitárias cabo-verdianas, para ajudar na resposta aos efeitos da pandemia no país, através de investigações na área da saúde pública.
São, no total, três estudos na área da saúde pública, mobilizando os seus recursos e a experiência dos seus investigadores e docentes nos domínios da saúde, biologia molecular e ambiente para ajudar as autoridades nacionais a ultrapassar os efeitos da pandemia.
A instituição está também a participar num projeto internacional sobre a mortalidade por Covid-19, cuja proposta de colaboração foi já aceite pelo INSP, segundo informa, em nota enviada à imprensa.
De acordo com a coordenadora do Grupo de Investigação em Doenças Tropicais da UniPiaget, Lara Ferrero Gómez, apesar do controlo “estreito” das autoridades sanitárias, ainda se sobrepõem factores negativos como a falta de rigor da população no cumprimento das medidas e as dificuldades colocadas pela mobilidade das pessoas, nos transportes públicos e em locais com grandes aglomerações.
A investigadora, que também integra a equipa técnica do estudo sobre a covid-19 promovido pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), alerta que a mortalidade em Cabo Verde ainda é baixa, se comparada com outros países e, em parte, por causa da sua população muito jovem, mas que o aumento de casos poderá afectar a camada mais idosa.
Neste sentido, para além do apoio na área logística, a participação do Piaget no estudo promovido pelas autoridades sanitárias nacionais estendeu-se a todos os passos do inquérito sero-epidemiológico, desde a planificação, organização, formação dos inquiridores, supervisão do inquérito no terreno, análise e discussão dos dados, e redação dos documentos que fazem parte do projeto, ainda em andamento.
De recordar que o estudo de sero-prevalência inquiriu uma amostra de 5.300 pessoas para avaliar a prevalência do novo coronavírus na população, através da deteção da presença de anticorpos em amostras de sangue.
O mesmo concluiu que existe ainda uma grande suscetibilidade ao vírus, com uma taxa de prevalência muito reduzida (0,4%), a exemplo de estudos realizados em outros países.
NA