A Organização do Tratado de Proibição de Ensaios Nucleares vai analisar os dados sobre a explosão no Porto de Beirute – Capital do Líbano -, que fez mais de cem mortos e cuja intensidade foi registada pela rede de detecção internacional.
“As nossas equipas estão a estudar os dados”, revela o porta-voz da Organização do Tratado de Proibição de Ensaios Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), um organismo das Nações Unidas, com Sede na Capital austríaca.
A detonação de grande intensidade – de acordo com o portal jn.pt -, foi registada pelo Sistema Internacional de Vigilância (SIV) da Organização, uma Rede Mundial de Instalações de Vigilância Sísmica, Hidro-Acústica e de Infra-Sons.
A Rede tem como finalidade detectar possíveis explosões nucleares e obter provas da realização de ensaios ou testes e localiza, também, energia libertada por uma explosão, seja nuclear ou não, ou por um fenómeno natural ocorrido no subsolo, debaixo de água ou na atmosfera.
De momento, tal como comunicou o secretário-adjunto da CTBTO, Lassina Zerbo, através da Rede Social “Twitter”, os especialistas analisam, sobretudo, os dados captados nas estações localizadas na Alemanha e na Tunísia.
“O SIV detectou fortes sinais de uma grande explosão em Beirute”, no dia 4 de Agosto de 2020, às 15.05 horas (locais).
Mesmo assim, o responsável admitiu que a Organização não está, ainda, em condições de afastar, totalmente, a eventualidade, porque a verificação da informação demora tempo, apesar de a detecção da explosão pela Rede acontecer de forma imediata.
De acordo com o Primeiro-Ministro do Líbano, Hassan Diab, após uma reunião com o Presidente da República, Michel Aoun, um carregamento de nitrato de amónio de duas mil 750 toneladas esteve na origem da explosão.
Especialistas referem que a mistura de explosivos, eventualmente pirotécnicos, e uma grande quantidade de nitrato de amónio podem ter estado na origem da deflagração.
Mesmo assim, não se sabe, ainda, qual foi a “fonte de ignição”, que pode ter sido, eventualmente, um incêndio que terá atingido os explosivos armazenados no Porto de Beirute.
Com base nas imagens e na informação sobre o material depositado nos armazéns, especialistas indicam, neste momento, que pode ter sido “um acidente”, sublinhando que a temperatura na Capital libanesa era, no momento da explosão, superior a 30 graus Centígrados.
O ministro do Interior libanês, Mohammed Fahmi, nas primeiras declarações a uma estação de Televisão local não fez qualquer referência a explosivos ou material pirotécnico, tendo mencionado as duas mil e 700 toneladas de nitrato de amónio, que estavam acumuladas no armazém das docas e que tinham sido confiscadas de um navio de carga, em 2014.