Um grupo de agricultores em Martiene, Santo Antão, detectou pela primeira vez a praga dos mil pés na localidade.
Naquele vale agrícola suspeita-se que a praga tenha sido transportada através dos materiais de construção utilizados nas obras de requalificação da estrada de acesso à zona.
A praga, segundo dá conta a Inforpress, foi encontrada pelos agricultores de Martiene em areia transportada a partir da zona vizinha de Ribeira da Cruz.
Os agricultores desta localidade, uma das maiores zonas produtoras de batata comum do país, mostram-se preocupados com a hipótese desta praga atingir Martiene, pondo em risco a cultura de batata comum.
Esta praga chegou também a Chã de Branquinho que, conjuntamente com Martiene, fazia parte das poucas zonas agrícolas no Porto Novo que não tinham registo de mil pés, que atinge a ilha há 40 anos.
Entretanto, o Ministério da Agricultura e do Ambiente admitiu a possibilidade de retomar as investigações, em parceria com a China, na tentativa de encontrar forma de acabar com a praga.
Outros investimentos também estão previstos para a ilha com foco no combate aos mil pés, nomeadamente com a instalação de um laboratório no Porto Novo.
Devido à praga dos mil pés, a ilha de Santo Antão está sujeita, desde 1984, a um embargo que impede o escoamento de produtos agrícolas para outras ilhas de Cabo Verde, o que tem dificultado o desenvolvimento da agricultura da ilha.
Ricénio Lima
*Estagiário