Uma mulher de 35 anos, evacuada na terça-feira, da semana passada, da Boa Vista, com complicações na gravidez, morreu na madrugada deste sábado no Hospital Agostinho Neto, na Praia.
Os familiares acusam evacuação tardia e descaso na assistência da vítima que esteve internada durante 22 dias na Boa Vista e chegou à Cidade da Praia com o feto morto na barriga.
Maria Dulcelena Mendes estava grávida de sete meses e esteve internada nos serviços de saúde da Boa Vista com perda de líquido amniótico. Segundo os familiares, a decisão de evacuação só foi tomada depois do bebê morrer na sua barriga.
Apesar de uma intervenção cirúrgica para a retirada da criança, a mãe não conseguiu resistir.
Indignada, a família pede esclarecimentos sobre este caso que considera um desrespeito pela vida humana.
À Televisão de Cabo Verde, a delegada de Saúde na Boa Vista garantiu que foi feito tudo o que as condições clínicas na ilha permitiam, e disse que a evacuação foi feita no mesmo dia em que surgiram as complicações.
Liliana Hungria reconhece, entretanto, limitações de resposta a casos de emergência de saúde, sem nenhum hospital nem voos noturnos na ilha.
Dulce Mendes foi a terceira grávida evacuada da ilha da Boa Vista que morre na sequência ou que o bebê não resiste.
A autópsia realizada indica, como causa da morte, encefalopatia hipertensiva e paragem cardiorrespiratória.
NA
