Os epidemiólogos britânicos, David Hunter e Neil Pearce, defendem o fim dos “corredores de viagem” e fazer cumprir quarentena a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro, para eliminar a presença da COVID-19 no Reino Unido.
Num artigo escrito para o diário “The Guardian” – citado pelo jn.pt -, os dois académicos dizem que “encorajar as viagens para o estrangeiro no meio de uma Pandemia não faz sentido” e que o Reino Unido pode seguir o exemplo da Nova Zelândia ou Coreia do Sul, onde a ausência de casos de infecção permitiu retomar a vida normal, nomeadamente, o encontro de famílias, eventos desportivos e actividade económica interna, sem restrições.
Além de uma maior eficácia e transparência do Sistema de Rastreamento, sugerem que seria necessário dar apoio financeiro às pessoas que necessitem de ficar em auto-isolamento, e alojamento num hotel, se forem consideradas um risco para a família.
O fim dos corredores aéreos – continuam Hunter, professor na Universidade de Oxford, e Pearce, professor na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres -, significaria substituir viagens de Verão ao estrangeiro, por férias no Reino Unido.
“Obviamente, as companhias aéreas internacionais precisarão de subsídios para evitar a falência; também significaria que camiões que chegassem ao Reino Unido teriam de ser conduzidos até aos seus destinos por motoristas britânicos”, acrescentam.
Porém – vincam -, as vantagens incluiriam o funcionamento de uma economia interna de forma normal, em que turistas nacionais substituiriam os internacionais, a reabertura das escolas sem restrições, pessoas vulneráveis poderiam sair de casa livremente e as actividades culturais e desportivas poderiam ser retomadas.
A eliminação do vírus poderá, também, reduzir na probabilidade de uma segunda vaga da Pandemia no Inverno, que pode voltar a sobrecarregar o NHS (Sistema de Saúde Público) e exigir um segundo confinamento, a nível Nacional.
“Comparados aos custos, os benefícios são enormes”, argumentam, alertando para a incerteza que rodeia os projectos de vacina em desenvolvimento.
No domingo, 26, o Governo removeu a Espanha da lista de países com corredor de viagem, o que significa que qualquer pessoa que chegue daquele país ao Reino Unido terá de ficar de quarentena, durante 14 dias.
O Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, justificou a medida, na segunda-feira, 27, com “sinais de uma segunda vaga” em Espanha e em outros países europeus, não excluindo impôr restrições.
Portugal, juntamente com a Suécia, Estados Unidos da América e Brasil, foi excluído da lista de 70 países e territórios considerados seguros pelo Governo britânico, decisão que tem impacto no Sector do Turismo.