Daqui a menos de um ano, o Benim terá de volta os 26 artefactos apropriados em 1892, pelo Exército francês naquele Território, durante a Guerra Civil, e que até agora integravam a Colecção do Museu Quai Branly – Jacques-Chirac, em Paris.
A França vai, ainda, devolver ao Senegal, um sabre do século XIX.
O Projecto-Lei que permite as devoluções e regulamenta os moldes em que as mesmas deverão, agora, ter lugar, foi votado, favoravelmente, semana passada, no Parlamento francês.
O processo será célere, uma vez que o Projecto-Lei determina que as autoridades francesas têm “um período máximo de um ano” para devolver os objectos.
Entre os artefactos que regressarão, agora, ao Benim contam-se uma série de ceptros e totens. A votação veio apenas oficializar a decisão sem precedentes, que tinha sido formulada com maior fôlego, em 2018, depois de um dos grandes protagonistas desta história, Emmanuel Macron, ter pedido um Relatório sobre as peças em questão.
O documento que versava sobre a legitimidade da devolução foi elaborado a pedido do próprio Presidente francês. Assinado pela historiadora de arte francesa Bénédicte Savoy, do Collège de France, e o economista senegalês Felwine Sarr, autor do livro “Afrotopia”, o Relatório defendia a devolução, “sem demoras”, do conjunto de peças referidas à República do Benim. E não ficava por ali, uma vez que pedia que o assunto fosse aprofundado e identificado cerca de 90 mil obras que, na opinião dos especialistas, deviam ser devolvidas aos países de origem.
Cerca de dois terços dos objetos identificados fazem parte da Colecção do Museu do Quai Branly – Jacques-Chirac.