Recentemente vimos as nossas vidas mudarem devido a pandemia da Covid-19. As dúvidas em relação ao novo Coronavírus tem sido maiores do que as certezas sobre ele, sobretudo por se tratar de um vírus novo em mutação.
Se é verdade que as pesquisas feitas desde o seu aparecimento diz-nos que a sua transmissão é feita através de espirro, tosse, gotículas de saliva, objectos ou superfícies infectadas e toques com apertos de mãos contaminados e que, para nos protegermos, devemos manter o distanciamento social, lavar e desinfectar as mãos frequentemente, usar máscaras, higienizarmos com frequência os objectos que são utilizados constantemente, evitar a circulação desnecessária, preferir estar em ambientes ventilados, assim como evitar tocar os olhos, a boca e o nariz sem estar com as mãos higienizadas, também é verdade que não temos como afirmar como é que as pessoas diagnosticadas com o vírus o contraíram.
Isto implica dizer que, sendo assim, e por se tratar de um vírus invisível a olhos nus, qualquer pessoa está sujeito a contrair a Covid-19, o que torna descabido qualquer forma de preconceito em relação a quem testou positivo para o Coronavírus.
Quando uma pessoa tem atitudes preconceituosas em relação a alguém com Covid-19, está mostrando à todos que não tem o mínimo de conhecimento que se exige, nos dias de hoje, sobre o vírus. Isto porque o preconceito é fruto de opiniões infundadas, construídas em ideias pré-concebidas, resultantes da falta de informação sobre um determinado assunto. A desinformação, por sua vez, pode causar pânico generalizado, levando as pessoas a terem atitudes discriminatórias.
Se precaver não é, nem de perto, nem de longe, uma forma de discriminação, e é essa diferença que as pessoas precisam entender. As nossas acções devem ser pautadas com base no conhecimento da forma como o vírus se transmite e de que maneira devemos agir para evitarmos a sua propagação. Sem julgamentos, sem opiniões infundadas, sem apontar de forma pejorativa os nomes e as casas daqueles que vivem um momento que requer apoio e compreensão de todos.
As pessoas diagnosticadas com Covid-19, para além de lidarem com o medo e a angústia causadas pelos efeitos do isolamento e as incertezas do vírus, estão tendo que lidar com o preconceito de várias formas. Todas as pessoas são merecedoras de cuidados, quer físico, quer psicológico, crucial para assegurar o bem-estar neste período nefasto de nossa história.
Saiba reconhecer a subtil diferença entre se precaver e discriminar. Não deixe que os outros saibam que você está mal informado. Seja uma mão amiga.
Suzi Chantre
Psicóloga Clínica e da Saúde