O Centro Irmãos Unidos, em Chã de Alecrim, está a receber obras de ampliação para poder acolher mais crianças e criar melhores condições para entreter os internos.
“O objectivo é receber mais meninos no espaço, mas também proporcionar melhores condições em termos de programação de outras actividades lúdicas, recreativas. Portanto, é uma mais-valia”, disse a vereadora Lídia Lima, em declarações à Inforpress.
O Centro Irmãos Unidos, que já existia desde 1977 na zona de Chã de Alecrim, ganhou um “novo fôlego” em Janeiro de 2019, com a parceria entre as duas instituições, que permitiu acolher 12 crianças e adolescentes, sendo que a maioria já vivia em situação de rua.
Desde então, segundo a mesma fonte, o ambiente interno passou por “momentos conturbados”, por estas crianças terem passado muito tempo na rua, mas “já houve melhorias”.
“É uma situação que vamos ter que gerir sempre, de alguns momentos de conflitos.
Há períodos de alguma tensão entre eles, mas também há momentos de acalmia”, sublinhou a responsável, para quem estes momentos de tensão se devem ao facto destas crianças e adolescentes terem adquirido vícios de drogas e também comportamentais.
Por isso, conforme a mesma fonte, nunca esperaram mudar o comportamento destes num espaço de um ano, mas o trabalho está sendo feito, com o apoio dos coordenadores e monitores e está a “funcionar bem” agora.
E com os novos projectos pretendem “melhorar significativamente e mudar a forma de pensar dessas crianças e adolescentes”, que têm idade compreendida entre os 12 e os 19 anos.
Lídia Lima considerou já terem dado o primeiro passo, tentando os reintegrar na vida escolar, contudo, só tiveram um “caso de sucesso” e os outros desistiram.
“Mas, agora estamos a trabalhar o aspecto comportamental para que possam frequentar oficinas, que é um desejo que manifestaram”, explicou a vereadora, ressaltando outras actividades, recreativas e culturais, acompanhadas por psicólogos, e ainda físicas, como aulas de capoeira e até frequência de ginásios.
E tudo isso, acredita, já tem feito os internos sentirem o centro como sua casa, até porque alguns destes até abandonaram o lugar, neste período de um ano, para voltarem às famílias e acabaram por regressar, já que o “meio familiar não tem estrutura para os manter”.
Entretanto, em sentido contrário, Lídia Lima disse estarem a preparar para brevemente reintegrar duas crianças, de 12 e 13 anos, que estão no centro e que foram resgatadas das ruas.
“São crianças, que têm mães que se preocupam, por isso temos vindo a trabalhar para ver se as reintegramos”, lançou.
O Centro Irmãos Unidos, criado em 1977, foi uma iniciativa de António da Graça, também conhecido por sr. Toi, antena da Cáritas que trabalhou com os primeiros jovens com idade compreendida entre 15 e 25 anos. A partir de 1991, passou a ser gerido directamente pelo Secretariado da Cáritas.
Em Janeiro de 2019, foi transformado em centro semi-fechado, que conta com a parceria da câmara municipal, que arca com as despesas de funcionamento estimadas em 3.000 contos anuais, e de outras entidades que formam o núcleo criado para tirar as crianças das ruas de São Vicente.