A situação económica dos operadores turísticos na ilha da Boa Vista é “extremamente grave”. O esforço para manter trabalhadores, mesmo em regime de layoff, está a levar as empresas ao limite.
A denúncia é do presidente da Associação dos Operadores Económicos do Turismo da Boa Vista (AOETBV) falou da situação ao programa Especial Covid-19 da Rádio de Cabo Verde (RCV).
Segundo Ongino Almeida, os empresários do ramo turístico têm feito um grande esforço para pagar os 35% do salário aos seus trabalhadores. Não obstante, o esforço desses empresários já há quem fale “em despedimentos colectivos e no fecho de portas”. Este é um cenário que o presidente da associação classifica de “extremamente grave”.
Por um lado, Almeida lamenta o facto de algumas empresas tentarem recorrer às linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo e de não o conseguirem por motivos burocráticos.
Por outro lado, o facto de não haver ainda uma data para o recomeço das actividades no sector turístico deixa os operadores a navegarem em incertezas. Por estas razões alguns operadores já encerram as suas actividades e dispensaram os colaboradores.
Cabe agora aos restantes empresários continuarem à espera de indicações do Ministério do Turismo e do Governo de quando reabrir e como será a reabertura do país ao turismo. Enquanto isso, a Associação tem discutido alternativa quer para a ilha da Boa Vista, quer para Cabo Verde.
A possibilidade do turismo residencial, a menor dependência dos grandes operadores turísticos a actuar na ilha, criação de vídeos e brochuras promocionais e a baixa de preços nas agências de viagens no exterior constituem algumas opções desenhadas.
Quando questionado sobre o turismo interno, o presidente da AOETBV diz que hoje em dia este ainda não é uma solução para os operadores pois ainda as ligações marítimas não são regulares e as aéreas ainda são muito caras. Isso inviabiliza essa possibilidade.
Carlos Alves
*Estagiário